A máfia da blogosfera
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Mai 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 20:48link do post | comentar | ver comentários (4)

É em alturas como esta que me alegro por pertencer à União Europeia.

No seguimento daquilo que foram os crimes do PREC, nomeadamente a Reforma Agrária, muitos proprietários expropriados recorreram a todas as instâncias nacionais possíveis. Em Portugal, país servo das forças que chamaram a si a responsabilidade do 25 de Abril, nunca lhes foi feita justiça. Foi junto do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos que, trinta e cinco anos depois, foi feita alguma justiça aos proprietários de terrenos agrícolas, tendo sido o Estado português obrigado a pagar um total de indemnizações de 7,6 milhões de euros.


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Abr 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 15:41link do post | comentar | ver comentários (4)

Bem sei que uma medida como esta não deveria surpreender em Portugal. No entanto, esta minha pobre esperança não me permite ficar passivo a ver monstruosidades tornarem-se leis. João Ferrão, secretário de Estado do Ordenamento do Território, veio propor uma lei com a qual, segundo o Público de ontem, “os proprietários de imóveis que se recusem a vender os seus edifícios para que um processo de reabilitação urbana que tenha condições para avançar poderão ser forçados pelo Estado a fazê-lo”.

O movimento de cosmética urbana que vem sendo moda de há alguns anos a esta parte quer agora, sem qualquer tipo de legitimidade, forçar os proprietários a vender os seus imóveis para que estes sejam “retocados”. Como é que o processo de irá desenrolar? Simples: o imóvel passa a ser gerido, sem ser necessário consentimento do proprietário, por uma entidade (como, por exemplo, sociedades de Reabilitação Urbana) que tratará de lhe atribuir um valor base e, de seguida, o vender em hasta pública, sendo que se o valor de venda não atingir o valor base definido pela entidade, esta cobrirá a diferença. Tudo a bem do sector da construção (o presidente da Federação, Reis Campos, veio mostrar-se muito favorável à medida), dotando, segundo João Ferrão, “o mercado dos instrumentos que faltam para que este segmento seja dinamizado”.
Será demasiado exigir respeito por parte do Estado e do Governo pela propriedade privada, por aquilo que pertence, por direito, aos indivíduos?

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2009:

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