A máfia da blogosfera
03
Ago 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 14:00link do post | comentar | ver comentários (2)

Até fiquei com vontade de fechar os comentários, mas enfim. Fiquem aqui com esta menina tão bonita que fica tão bem nesta cantiga, que eu vou ali e acho que hoje já não venho.


15
Abr 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 14:23link do post | comentar | ver comentários (4)

Se há coisa estranha nesta vida é este perturbador hábito, qual hábito, vício de blogar. O que no início começa como uma descoberta, ai que giro!, acaba por se tornar uma rotina. Ouvir as notícias da televisão, ler os jornais possíveis, cirandar pela blogosfera e, em menos de um ai formar uma opinião e estar preparado para a defender como se da nossa vida se tratasse. E não é só isto. O mais impressionante é que revelamo-nos, sem pudor, a desconhecidos. Sabem-nos, se quiserem. Compreenderem-nos, isso, já é outra coisa.

Mas a verdade é que é bom fazer este exercício. Discutir as nossas mais profundas convicções, tomar contacto com outras perspectivas e até, por vezes, criar quase-amizades, companheirismos. É bom, quase sempre. Quase sempre porque depois surge a outra face da moeda. Se da Internet podemos tirar muitos proveitos, dela virão, sem sombra para dúvidas, muitos dissabores. Gente que, também não nos conhecendo, faz questão de nos chamar aquilo de que se consegue lembrar. Gente que, e reforço que não nos conhecem, se diverte, será divertimento na certa, a mandar-nos abaixo. Estúpido. Idiota. Lambe-botas. Diminuido. Otário. Burro, mesmo. É tudo uma questão de originalidade.

Até agora tem sido positiva esta experiência, mas o prato dos contras começa a pesar e o ânimo já não é o mesmo. A ver vamos, a ver vamos.


25
Mar 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 20:15link do post | comentar | ver comentários (1)

Um dia, passeava eu no parque ao pé do sítio onde moro, quando fui abordado por um desconhecido que me via escrever no meu fiel Moleskine. Porque escreves, perguntou o tipo (digam lá que não sei imitar O Mestre), Não sei, respondi eu num misto de assombro e curiosidade pelo que dali viria. Como não sabes, insistiu o homem cujas ramelas e cabelo desgrenhado faziam adivinhar uma vida de rua, daquelas que não desejamos a ninguém. Ora, não sei porque nunca pensei nisso, respondi eu. Então pensa, mas pensa mesmo, sem pressa, essa puta má conselheira. E pensei, pensei no que me levava a escrever. E aquela voz que mais ninguém ouve quando pensamos começou a falar. Falava, falava, mas não dizia nada: parecia ela própria confusa, sem rumo. A ideia começou a construir-se: primeiro com tijolos de lama que, como por magia, se iam transformado em robustos blocos de granito. A sua simplicidade, a da ideia, era quase comovedora. Porque gosto, disse eu ao velho vagabundo com um sorriso indisfarçado nos lábios e no olhar. E é verdade: escrevo porque gosto. Gosto da forma como posso, sem pudor ou constrangimentos, misturar palavras que formam ideias e transmitem sentimentos, sensações. Gosto de me aventurar a imitar os clássicos. Que tal um pensativo cigarro, Carlos? Sabendo de antemão que cópia minha a tão ilustre peito jamais será sequer considerada como tal. Gosto de encriptar o que quero dizer, mais não seja para gritar sem que ninguém oiça o que vivo e sinto. Gosto do verbo, do pronome, do adjectivo, do advérbio e até das proposições, esses clubes restritos dentro do mundo da língua que é a nossa. E gosto de inventar que passeava num parque ao pé do sítio onde moro, quando fui abordado por um desconhecido que, ao ver-me escrever no meu fiel Moleskine, me perguntou porque escrevia, apenas para poder dizer a quem me lê por que escrevo sem fazer do blogue um amontoado de delírios. Apanhado.

É, gosto de escrever sobre nada. E agora que olho para o meu blogue vejo que tenho escrito sobre muita coisa, demasiada: matéria que o esquecimento tratará sem dó nem piedade. Pois que se o que escrevo tem de ser esquecido, ao menos que me dê prazer enquanto não esqueço. Tudo isto para dizer que deixei de querer saber das audiências fáceis, das referências do Público, das referências dos outros blogues ou do raio que o parta. A partir de agora este blogue é meu e para mim. Quem gostar, é convidado a sentar-se a meu lado, mas não no meu lugar.

Primeiro Aniversário: Já vou tarde

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2009:

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