A máfia da blogosfera
06
Ago 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 22:57link do post | comentar | ver comentários (5)

 

Se conseguir, dou-me um prémio.

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18
Jul 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 23:16link do post | comentar

- Um momento

ou seja a minha avó a pegar em mim como se fosse um coelho e não dei pela pancada na nuca nem pelo alguidar aos seus pés, dei pela palma que me afagava o lombo avaliando-me a carne, interessei-me

- Não ando magro senhora?

e a minha avó sem responder a pegar-me nas orelhas, a erguer-me no ar e quando o meu avô

- Depressa

a abrir-me de um golpe desde o pescoço à barriga

 

(retirado daquele livro ali ao lado)

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08
Jul 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 10:27link do post | comentar

 

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14
Jun 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 20:24link do post | comentar

Henrique Monteiro diz dele que é «o mais surpreendente colunista do Expresso». Qualquer pessoa que leia A Capirinha de Aron irá certamente concordar. Henrique Raposo, vindo directamente da geração atlântico e actualmente colunista no Expresso e co-autor em Clube das Repúblicas Mortas, é um sério caso de inteligência. As suas crónicas, que têm a maravilhosa particularidade de ser sobre política sem que haja politiquice, guerrinha partidária e todas essas coisas a que nos habituámos nos cronistas «tradicionais», demonstram o quão conhecedor do seu país é o autor. Divide-se em três partes, o livro, uma primeira sobre a relação difícil entre os portugueses e as regras da liberdade, uma segunda sobre o porreirismo e o estado social-porreiro e, por fim, uma terceira sobre a decadência intelectual dos europeus. Nos dois primeiros, um pouco indistinguíveis quanto a mim, o autor denuncia de forma certeira os principais problemas institucionais em Portugal, que basicamente se resumem ao desrespeito pelas instituições públicas e órgãos de soberania; e, também os principais problemas do porreirismo estatal em que vivemos, nomeadamente para os jovens que têm agora de pegar nas foices e nos martelos para poderem entrar no mercado de trabalho, porque com competência só não se supera os «direitos adquiridos». No último capítulo, esse sim já bastante diferente dos anteriores, podemos ler um retrato pintado a letras pelo autor sobre o mundo em que vive. Aponta aquilo que, para si, são as principais fragilidades da União Europeia e da sua burocracia e, pontualmente, escreve sobre o resto do mundo, essa abstracção onde podemos situar o Irão, os Estados Unidos, a China, o Afeganistão e tantos outros espaços. Tudo isto é temperado com um estilo na forma e na escrita como não há igual.

Mais do que por quem tem o liberalismo em «boa conta», este livro deveria ser lido por quem não tem. É um verdadeiro manual de fácil leitura para que se perceba as preocupações maiores em relação à liberdade e à justiça no nosso país e não só. [Henrique Raposo, A Caipirinha de Aron, Bertrand, 175 páginas]

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13
Jun 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 20:03link do post | comentar

Sendo um dos mais reputados filósofos da actualidade, com obra publicada em quase todos os quadrantes da Filosofia, Colin McGinn teve um percurso que nunca deixaria adivinhar tanto sucesso. Nascido numa pequena vila no norte de Inglaterra, no seio de uma família sem grandes posses, desde cedo demonstrou um certo fascínio pela Filosofia. No entanto, ia ser o primeiro universitário da família e, com medo de desiludir os pais, acabou por estudar Psicologia em Manchester. Apesar disso, o bicho da Filosofia permaneceu-lhe no espírito e, finda a licenciatura em Psicologia, correu a Oxford para tirar o seu B. Phill. Rejeitaram-no duas vezes e acabou por entrar numa pós-graduação menor. Apesar disso não baixou os braços, continuou a batalhar pelo sonho e tornou-se respeitado em Oxford enquanto aluno. Uma jovem promessa. Depois disso, teve uma vida repleta de altos e baixos, tendo ensinado em Londres, em Oxford, em Los Angeles - na UCLA -, e, actualmente, em Nova Iorque. O jovem provinciano inglês, rejeitado pela academia nos primeiros anos de actividade, acabou por se tornar o que se tornou hoje. Colin McGinn é um exemplo de como se pode ter sucesso, ultrapassar as adversidades e o seu livro, não sendo uma obra particularmente extraordinária do ponto de vista literário, é uma verdadeira enciclopédia de Filosofia e um manual de como encarar a vida, temperado com um excelente humor. [Colin McGinn, Como se faz um Filósofo, Trad. de Célia Teixeira. Bizâncio, 250 págs.]

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09
Mai 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 09:34link do post | comentar

Ontem estive na apresentação do livro do Henrique Raposo, A Caipirinha de Aron. Tirando o facto de o auditório da Feira do Livro ser um barracão, pior, uma barraquinha que mais parece uma estufa, foi bastante bom. A apresentação foi feita pelo Rui Ramos e pelo Pedro Mexia que, verdade se diga, são mestres na arte: os esperados elogios, mas também um bom humor que, com dificuldade, se batia com o ar pesado da sala. O Henrique foi o último a falar e, mais do que falar do seu livro, aproveitou para elogiar e agradecer ao seu Aron (Rui Ramos) e à sua Caipirinha (Pedro Mexia) - isto lá foi mais másculo, asseguro. No final, claro está, comprei o livro e pedi a dedicatória. A caipirinha, ó títulos enganadores, ficou para outro dia.

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30
Abr 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 17:35link do post | comentar | ver comentários (2)

 

Carl Spitzweg, O rato de biblioteca, 1850

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24
Abr 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 12:55link do post | comentar | ver comentários (1)

Celebrou-se ontem o dia mundial do Livro. Não vim a tempo, já passou. Mas bola para a frente, que quem sabe costuma dizer que é para aí o caminho, e falemos da feira do Livro que vai abrir daqui a seis dias e cujos preparativos já começaram. Está mudada a feira. Já no ano passado esteve, mas agora a mudança é mais radical. Os velhos contentores onde personagens sem nome e sem rosto, tê-los-iam certamente, mas para a minha memória não ficaram, estão mais modernaços, como dizem os que não são modernos. Agora é tudo muito Wright, tudo muito linhas simples e aproveite-se o espaço que é escasso. Já não há colorido: um espaço quase monocromático, e digo quase porque lá houve algum génio que se lembrou de intervalar o laranja com o verde, conjunção perfeita dirão os entendidos, e porque, verdade se diga, se há coisa que Lisboa não sente falta naquele parque é de cor. O espaço LeYa vai voltar a armar-se em fidalgo, dispondo de um espaço próprio, com barracas, quais barracas, se são da LeYa, são palácios, também elas próprias. O site já está aberto, mas ainda está muito esfarrapado, o coitadinho. Aguardemos, expectantes, pelo dia 30. Lá nos veremos.

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22
Abr 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 19:29link do post | comentar

Esta semana há duas excelentes notícias vindas das editoras portuguesas. Uma é O Caderno, que sairá amanhã e que reúne um vasto conjunto de textos publicados por José Saramago no seu blogue. Não leremos sobre Baltazares e Blimundas, sobre cegueiras nem tão-pouco sobre elefantes, serão o Saramago político e o Saramago pessoa os protagonistas. Não escondo que me encantam mais os textos sobre o segundo. Outra é um livro de crónicas do Henrique Raposo, A Caipirinha de Aron - Crónicas de um Liberal Triste, cujo lançamento será na próxima sexta-feira. Dois livros a não perder.

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21
Mar 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 11:21link do post | comentar | ver comentários (1)

 

"Porta-livros" digitais, livros electrónicos, guerras para dominar o mercado. Apenas quero pedir uma coisa: digam-me que este ano ainda há feira do livro.

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22
Fev 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 11:01link do post | comentar

Pelo blogue da revista Ler, soube de um excelente artigo no New York Times sobre António Lobo Antunes, escrito por Dwight Garner.

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01
Fev 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 23:50link do post | comentar

 

O furor da obamamânia fez-me ter vontade de ler este livro. Já li um pouco e a única nota que deixo é que poderia ser um belo livro de economia, não se desse o facto de o autor o ter feito como se fosse um panfleto propagandístico. Vamos lá a ver o que é que o Obama quer mesmo fazer. Quando o acabar, faço um post com algumas notas.

 


22
Dez 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 15:16link do post | comentar
Cabe a um bom bloguista (será provavelmente a melhor forma de "aportuguesar" blogger) recomendar, assim a dois dias da véspera de Natal, umas coisinhas para oferecer. Não quero eu que fique um único afilhado desprezado pelos seus padrinhos, por isso:

(aviso desde já que alguns não são propriamente novidade, mas ainda assim recomendo-os)

Isto em relação aos livros. Quanto a álbuns, recomendo o "Canção ao Lado" da Deolinda, "Tributo a Carlos Paião" de vários autores (a Vinho do Porto cantada pelos Donna Maria está fantástica) e o "Todos Cantam Zeca Afonso" de vários autores novamente.
Finalmente, recomendo vivamente a compra do DVD da primeira série dos Contemporâneos.

14
Dez 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 14:20link do post | comentar | ver comentários (5)
Negativo. O mercado editorial português de antigamente era a coisa mais bonita que havia. Editoras independentes umas das outras, concorrentes, pequeninas. Editoras com as quais os amantes das obras se podiam identificar. Uma Feira do Livro às portas do Verão cheia de banquinhas coloridas, todas diferentes e, ao mesmo tempo, todas iguais. Neste momento, até este mercado tão puro até há tão pouco tempo está a ser corrompido pela febre das fusões. O grupo LeYa compreende neste momento as editoras Academia do Livro, Asa, Caderno, Caminho, Casa das Letras, Dom Quixote, Estrela Polar, Gailivro, Livros d'Hoje, Lua de Papel, Ndjira (Moçambique), Nova Gaia, Nzila (Angola), Oceanos, Oficina do Livro, Quinta Essência, Sebenta, Teorema e Texto. Dezanove editoras, dezassete das quais portuguesas. Num mercado digno deste nome, o Paes do Amaral conseguiu levar um grupo editorial ao estatuto de grande empresa, condenando à partida as editoras que restam. E agora vai começar a bola de neve. Como o grupo LeYa não se vai, de certeza, desmantelar, às editoras que restam, restam poucas soluções: declarar falêcia, entrar no LeYa ou criar um outro grupo de grande dimensão. Editoras como a Gradiva, a Temas e Debates, a Presença, a Livros do Brasil ou a Europa-América, grandes referências no mercado editorial português estão agora ameaçadas por causa do devaneio ganancioso de um homem e pela complacência inaceitável de uma autoridade. E assim será.

17
Nov 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 20:56link do post | comentar | ver comentários (1)
Perdoem-me tornar isto mais pessoal, mas este blogue ainda me permite alguns desabafos. Eu começo a achar tudo isto demasiado asfixiante. Eu vejo em Janeiro sair uma lei que trata de forma igual quem falta por estar doente e quem falta por ir fazer merda. Em Setembro/Outubro a lei começa a ser aplicada e os protestos começam a surgir. Dizem dos protestos que não são significativos, dizem, à descarada, que a opinião de cidadãos desta nossa pretensa democracia não é válida. Depois, ao se aperceberem que a lei está, efectivamente errada, fazem um Despacho que, ilegalmente, se sobrepõe à lei e que serve para "clarificar" quem não compreendeu o texto original, ou seja, quem errou passou a ser quem interpretou e não quem criou. Tudo isto é para mim demasiado orwelliano. Estou a ler o 1984 e não o poderia fazer em melhor altura. Tudo isto me faz lembrar de forma perturbadora o trabalho do Minivero a "rectificar" os erros, de modo a que todos pensassem que não tinha existido erro algum. Tudo isto é demasiado asfixiante numa terra que se clama livre.

04
Set 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 18:22link do post | comentar | ver comentários (4)
Estou de férias na Beira e, por um infortúnio, tive de ir às urgências. Um edifício pequeno, velho e sombrio, cheio de gente idosa à espera da enfermeira para levar uma pica ou para fazer um penso. Faço-me acompanhar pelo Rio das Flores (a serem iguais às de Almada, estas "urgências" iriam tomar-me algumas horas) do qual nem duas páginas leio. "Senhor Tiago Ramalho", era o toque de entrada para a consulta. Entrei. "Gosta de Miguel Sousa Tavares", perguntou o médico ao ver o imenso volume pousado em cima da mesa. Respondi que era o primeiro que lia do autor, mas que estava a gostar. Logo me diz que nunca tinha lido o título que me acompanhava mas que tinha gostado bastante do Equador. Conversa puxa conversa (não havia mais pessoas para serem atendidas, o que permitia alguma folga de tempo) e vamos falando de livros. O simpático e aparentemente culto senhor aconselha-me dois livros sobre o nazismo que, segundo ele, eram relatos muito bons, sem as manipulações e inverdades da televisão e dos jornais: A Mãe e 25ª Hora, nunca tinha ouvido falar. Quando chegamos ao Saramago, cuja escrita tanto aprecio, ele refere-se ao Nobel como "o meu amigo Saramago". Amizade que lhe valera uma primeira edição do Memorial do Convento autografada pelo mesmo punho que me autografou em Junho o Ensaio Sobre a Cegueira. Se já estava admirado por estar a falar com um beirão amigo de um ribatejano "exilado" em Espanha, mais admirado fiquei quando esse beirão me disse que o próprio Saramago havia passado ali, em Pinhel, uma semana há pouco tempo atrás.
No caminho de regresso a casa dei por mim a pensar como deve ser engraçado ser amigo íntimo de um grande intelectual, de uma figura importante na cultura a nível mundial, seja um escritor, um pintor ou um cineasta. E o caminho de regresso, que curto não era, ainda me deu tempo para pensar no bom que é haver ainda gente culta, no sentido dado ao termo antigamente, gente cujo conhecimento não é restringido a uma área do saber como a medicina ou a economia, gente cuja curiosidade se alarga a vários temas e ramos do saber, gente com quem dá para ter uma conversa com substância sobre o que for, gente que vou tentando imitar.

20
Ago 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 13:11link do post | comentar
José Saramago, aquele velhinho que defende a incorporação de Portugal em Espanha, aquele velhinho que foi proibido por Pedro Santana Lopes (Secretário de Estado da Cultura numa das legislaturas de Cavaco Silva) de concorrer a um prémio com o seu controverso Envangelho Segundo Jesus Cristo, aquele velhinho que escreveu o Memorial do Convento que é ensinado nas escolas passados mais de vinte anos depois da sua edição, aquele velhinho que nos fez tremer quando o imaginámos desaparecido por causa de uma doença grave, acabou mais um livro: A Viagem do Elefante, sobre um elefante de seu nome Salomão. Ou muito me engano ou vou ter uma primeira edição na estante que será assinada naquele belo evento, que será o 79º.

08
Ago 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 09:19link do post | comentar | ver comentários (5)
Há coisas do diabo. Estava no portal Sapo, que por acaso é a minha página inicial, quando vi um quadradinho que nos remetia para os acontecimentos do dia 08.08.08 (hoje). Aí vejo que um luso-brasileiro chamado Bartolomeu de Gusmão inventou no dia 08.08 mas de 1709 o primeiro balão de ar quente. Este Bartolomeu de Gusmão é o padre Bartolomeu Lourenço de Gusmão do Memorial do Convento cuja vida documentada pelos historiadores é quase igual à descrita por Saramago. Mais um sinal do brilho deste génio. Vejam a página aqui.

25
Jul 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 17:13link do post | comentar | ver comentários (2)
Porque é que cada frase de Saramago me faz sentir que acabei de ler uma obra-prima?

22
Jul 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 10:54link do post | comentar | ver comentários (6)

Dediquei-me agora àquela que dizem ser a obra-prima de José Saramago. Sei que li algumas páginas no início e não sei como é que miúdos a quem se exige tão pouco têm capacidade para ler tão complexos enredos.



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