Eu sou a favor da liberdade do casamento entre pessoas do mesmo sexo. Não, não sou do Bloco e muito menos dos Verdes. Aliás, penso sinceramente que é incompreensível o posicionamento de alguma da nossa política sobre esta questão. Felizmente vivemos numa democracia em que, em teoria, reina a liberdade, logo, não vejo qualquer fundamento para que a lei não permita um casamento entre duas pessoas do mesmo sexo. A base é simples: uma lei serve para regular a sociedade, de modo a que uma pessoa ou um grupo de pessoas não cause danos ao resto. No caso do casamento entre homossexuais, não se verifica qualquer dano causado à sociedade, a não ser o mal-estar provocado nos homofóbicos.
Mas, apesar de o casamento entre homossexuais ser uma questão de liberdade e direitos, não se pode colocar, como alguns fazem pela blogosfera, no mesmo saco do aborto. Isto para muitos parecerá estranho, mas, ao contrário da nossa sociedade estereotipada entre "progressistas" e "conservadores", eu sou a favor do casamento entre homossexuais e contra o aborto. E passo a explicar porquê. Enquanto que o casamento entre homossexuais não lesa, tal como disse acima, qualquer terceiro, o aborto já o faz. Muitas pessoas colocam o aborto no pacote dos "direitos, liberdades e garantias", o que é errado. O aborto, ao contrário do casamento entre homossexuais, põe em causa os "direitos, liberdades e garantias" de terceiros, razão pela qual não pode ser uma coisa à margem da lei. Bem sei que muita gente que defende o aborto insurge-se pela liberdade da mulher em fazer o que quiser com o seu corpo, o corpo é dela, logo, dentro dele passa-se o que ela quiser. Falácia. A casa em que estou agora é minha, logo, dentro dela passa-se o que eu quiser, se isso passar por matar alguém, não há problema. Existem muitos outros argumentos disparatados por aí a circular, mas rebatê-los é coisa para ensaio e não para post aqui.
A terceira e última questão fracturante sobre a qual queria escrever é a eutanásia. Sou contra. E o motivo é simples. A eutanásia, como o caríssimo leitor certamente saberá, é a morte medicamente assistida (causada). Ou seja, um doente numa determinada situação pode pedir a um médico que, literalmente, o mate. Para mim é ilegítimo fazê-lo por uma simples razão, o doente pode tratar do assunto sozinho. O que quero dizer com isto é que é ilegítimo que alguém peça para que o matem quando se pode matar a si próprio (o suicídio ainda não é crime). Matar é eticamente condenável para a larga (larguíssima) maioria da população, ou seja, matar alguém, mesmo que doente, deve causar algum transtorno ao profissional de saúde que tem todo o direito a zelar pela sua sanidade mental.
E pronto aqui estão os meus posicionamentos em relação às grandes questões fracturantes que assolam esta ocidental praia lusitana.