Lembrei-me a propósito desta notícia de um texto do Álvaro Santos Pereira sobre a natalidade e mortalidade das empresas. Na altura não identifiquei propriamente a causa da situação em que nos encontramos: somos o terceiro país da UE com menor taxa de natalidade de empresas e temos uma taxa de sobrevivência que ronda os 95%. Afinal, não é assim tão difícil de perceber.
No que ao trabalho diz respeito o indivíduo tem duas opções: ou trabalha para outro ou cria o seu emprego. Como sabemos, em Portugal, o trabalho por conta de outrém é extremamente protegido e vantajoso, ao passo que a criação de uma empresa envolve encargos avultadíssimos, para além do risco inerente à criação de uma empresa, ainda há todo um conjunto de obstáculos criados pelo próprio Estado aos "aventureiros" (burocracia, gastos com essa burocracia, impostos e responsabilidades sobre os trabalhadores).
Assim, ao pesar os prós e os contras de cada uma das vias, é óbvio que o comum mortal vai optar pela segurança do trabalho por conta de outrém e apenas quem está acima da média vai realmente avançar com algum tipo de negócio. Como apenas estas pessoas o fazem, é óbvio que as empresas vão ser bem sucedidas, mais não seja pela falta de concorrência.