A máfia da blogosfera
04
Mar 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 08:22link do post | comentar | ver comentários (9)

Quando há um ano Raúl Castro veio substituir o irmão, o eterno Fidel, que pela doença teve de se retirar, todos julgaram que seria um fraco líder e uma marioneta do irmão. Um ano volvido e as mudanças começam a ser assinaláveis: já podem comprar microondas - pequenos passos que os levarão a algum lado, talvez.

Fora de brincadeiras, o que me leva a escrever este post é a mudança efectiva que Raúl Castro está a fazer no topo da hierarquia cubana. A pretexto de uma restruturação do governo de maneira a torná-lo mais funcional, o novo líder cubano afastou dois dos que poderiam ser os seus mais difíceis adversários: Felipe Pérez Roque e Carlos Lage. O primeiro foi afastado da chefia da Diplomacia e ao segundo foi retirado o cargo de Secretário do Conselho de Ministros.

Aliado a esta mudança cujo propósito é, sem sombra para dúvidas, a perpetuação de Raúl Castro na cadeira do poder, assiste-se a um reforço assinalável na influência dos militares. Com a crise internacional, que obviamente afecta a Cuba já embargada, o medo das movimentações populares começa a instalar-se, e não queremos que os militares nos faltem quando for preciso.

Raúl Castro tomou, definitivamente, o gosto ao poder e tal como o seu irmão, só o deixará se não tiver outra alternativa.


16
Fev 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 20:43link do post | comentar | ver comentários (3)

Nos anos 50 do século passado, numa ilhota das Caraíbas, um grupo de homens, entre os quais se destacavam Fidel Castro e Che Guevara, quiseram dar início àquilo que chamaram revolução.

Mais de 50 anos depois, na mesma região do mundo, Hugo Chávez concretiza o seu desejo de perpetuar a sua revolução, levando a referendo a alteração constitucional que lhe permite manter-se no poder indefinidamente. Depois de ter perdido no último referendo graças aos esforços dos jovens fartos do regime, Chávez não deu hipótese e o único resultado possível foi o "Sim", mesmo quando pessoas queriam votar não, a máquina impunha a sua vontade.

A revolução, a mudança, a esperança, levam multidões a entregar os seus destinos e os destinos de quem a seguir vier nas mãos de escumalha como esta. O discurso manipulatório e sensacionalista, que pega nas mais evidentes fragilidades de cada um e as explora até à exaustão continua a ser o mais directo caminho para assumir as cadeiras do poder. Já na antiga democracia grega os sofistas o faziam. Mais de dois mil anos depois, tudo está igual. Ontem, hoje e sempre. Viva la Revolutión.


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