Qual não é o meu espanto quando dou um salto ali ao lado e descubro que hoje quem celebra aniversário é o João Gonçalves. Seis anos de Portugal dos Pequeninos, já convertidos em livro. Um abraço de parabéns, João.
Qual não é o meu espanto quando dou um salto ali ao lado e descubro que hoje quem celebra aniversário é o João Gonçalves. Seis anos de Portugal dos Pequeninos, já convertidos em livro. Um abraço de parabéns, João.
Com um painel de colaboradores que dificilmente se encontra noutros lugares, nasceu o Papa Myzena, um blogue que promente, mais não seja para denúncia dos abusos que se vão comentendo. É ler, reler e divulgar.
Se há coisa estranha nesta vida é este perturbador hábito, qual hábito, vício de blogar. O que no início começa como uma descoberta, ai que giro!, acaba por se tornar uma rotina. Ouvir as notícias da televisão, ler os jornais possíveis, cirandar pela blogosfera e, em menos de um ai formar uma opinião e estar preparado para a defender como se da nossa vida se tratasse. E não é só isto. O mais impressionante é que revelamo-nos, sem pudor, a desconhecidos. Sabem-nos, se quiserem. Compreenderem-nos, isso, já é outra coisa.
Mas a verdade é que é bom fazer este exercício. Discutir as nossas mais profundas convicções, tomar contacto com outras perspectivas e até, por vezes, criar quase-amizades, companheirismos. É bom, quase sempre. Quase sempre porque depois surge a outra face da moeda. Se da Internet podemos tirar muitos proveitos, dela virão, sem sombra para dúvidas, muitos dissabores. Gente que, também não nos conhecendo, faz questão de nos chamar aquilo de que se consegue lembrar. Gente que, e reforço que não nos conhecem, se diverte, será divertimento na certa, a mandar-nos abaixo. Estúpido. Idiota. Lambe-botas. Diminuido. Otário. Burro, mesmo. É tudo uma questão de originalidade.
Até agora tem sido positiva esta experiência, mas o prato dos contras começa a pesar e o ânimo já não é o mesmo. A ver vamos, a ver vamos.
Soube pelo sempre informado Luís Novais Tito que se havia criado mais dois PNET: um de economia outro de política. No fim, vejo que a coordenação é de Carlos Santos. Bom, fiquei com a pulga atrás da orelha e logo adivinhei que haveria um certo conjunto de blogues que, certamente, não figuraria nas "recomendações". Não me enganei.
No PNET Economia falta o blogue português com o maior painel de economistas: O Insurgente. Curiosamente, o Carlos Santos tem vindo a travar uma verdadeira cruzada contra os "falaciosos neoliberais", o que me leva a crer que haverá aqui algum critério duvidoso na selecção dos blogues.
No PNET Política o escândalo é assombroso. Vejam bem: são quinze blogues. Nesses quinze blogues não consta, novamente, O Insurgente e notamos ainda a falta do Portugal dos Pequeninos, a Origem das Espécies ou Corta-fitas, que são tanto os mais lidos como os mais referidos blogues de política em Portugal. Vendo lá blogues pouco lidos como o Esquerda Republicana e de qualidade duvidosa como o Câmara Corporativa, fico a pensar em quais teriam sido os critérios de Carlos Santos.
Uma volta pela blogosfera permitiu-me ler algumas opiniões que não estão assim tão desencontradas da minha.
Miguel Marujo, no Cibertúlia:
«La Palisse não escreveria melhor título, passe a presunção. Note-se: sou a favor do casamento gay. Mas por isso mesmo não entendo que se dêem os mesmos direitos (apenas estes, nunca os deveres) às uniões de facto como se estas fossem casamentos. Quer dizer: volta e meia tenho amigos que dizem que não estão para se casarem, que ninguém tem nada a ver com isso. Mas depois trepam às paredes quando lhes dizem que, se assim é, não podem ter os mesmos direitos. Querem direitos? Casem-se* porra!
* heteros, homos, como quiserem, mas casem-se.»
Daniela Major, no Câmara dos Lordes:
«Não percebo porque razão a Esquerda quer regular as uniões de facto. Se as pessoas vivem em união de facto é porque não querem ter uma relação regulamentada pelo Estado (a não ser nos casos dos homossexuais). Se quiserem assumir uma relação com direitos e deveres então casam-se. Esta mania do Estado meter o nariz em tudo, cada vez me irrita mais.»
António de Almeida, no Direito de Opinião:
«O melhor mesmo é cada um na sua, caso venha a ser aprovada a idiotice socialista de regular aquilo que é do foro privado. Sei do que falo, já vivi em união de facto por não querer precisamente assumir compromisso, terminando sem consequências quando entendi ter expirado o prazo de validade da relação. Cartão único, chip automóvel, uniões de facto, se não tivermos cautela caminhamos para a escravidão. Deixem-nos em paz!»
Há uma coisa que tenho notado na blogosfera política portuguesa: há pouquíssimas mulheres. Basta uma visita rápida ao blogómetro e vemos que nos primeiros cinco blogues sobre política, por exemplo, há 69 bloggers e, desses, apenas 11 são mulheres. E, dessas 11, são muito poucas as que se destacam: provavelmente as únicas top of mind serão a Sofia Bragança Buchholz, a Ana Margarida Craveiro e a Helena Matos. Claro que mais para baixo há outras mulheres a destacar-se, como a Ana Vidal, a Fernanda Câncio, a Ana Matos Pires, a Sofia Loureiro dos Santos ou a Sofia Vieira. Ainda assim, ao olharmos para esse mar de blogues, vemos que encontrar mulheres, principalmente mulheres que se destaquem verdadeiramente, é uma missão extremamente complicada. Tenho francamente pena, pois gosto mais de ler algumas das mulheres que enunciei que muitos dos "autores de topo".
Se calhar, esta maior disposição/disponibilidade dos homens para se darem a este tipo de actividade em relação à das mulheres é sintomática de algum atraso que ainda temos no que respeita à participação por parte das mulheres na vida democrática. Problemas profundos, que se revelam nestas pequenas coisas.
Dá para acreditar que o Joaquim Carlos me atribuíu o prémio Dardos e eu deixei passar o gesto em branco? Maldito seja eu! É o primeiro prémio que O Afilhado recebe e, por isso, tem um sabor completamente diferente. Sempre que este prémio é recebido, é ritual repetir o seu propósito: «Com o Prémio Dardos se reconhece o valor que cada blogueiro emprega ao transmitir valores culturais, éticos, literários, pessoais, etc. que, em suma, demonstram a sua criatividade através do pensamento vivo que está e permanece intacto entre as suas letras, entre as suas palavras. Esses selos foram criados com a intenção de promover a confraternização entre os blogueiros, uma forma de demonstrar carinho e reconhecimento por um trabalho que agregue valor à web». Não poderia ficar mais orgulhoso. Como não quero a felicidade só para mim, envio este prémio para quinze blogues, não necessariamente os meus preferidos, dado ser difícil escolher verdadeiramente, mas certamente blogues dos quais gosto muito:
Alguém me explica porque é que o technorati ignora metade das referências que me fazem? É que já se está a tornar aborrecido...
A Ângela desafiou e como a uma senhora nada se nega, principalmente se escrever tão bem como escreve, aqui vão seis particularidades minhas: adoro livros, não largo a Filosofia, quem me tira a Economia tira-me tudo, tornei-me viciado na Blogosfera, odeio novelas da TVI e, porque a aparência é importante, uso óculos.
Como não quebro uma corrente que seja, lanço o desafio a:
1. O Tiago Loureiro escreve um blogue excelente: o Espelho Mágico. Na barra da direita a partir de hoje.
2. O twitter traz-nos surpresas: o Bruno Nogueira tem um blogue. É o Corpo Dormente e, claro está, vai passar a receber-me todos os dias.
3. Não sei o que está Entre Deus e o Diabo, mas seja o que for, gosto bastante e por isso vai também para as minhas preferências.
1. Os meus parabéns ao Luís Novais Tito e ao João "de Brecht" Neves pelos seus aniversários.
2. Os dados da conta que o Paulo Guinote abriu para financiar o estudo de Garcia Pereira sobre a recente legislação do ministério já estam disponíveis.
3. O Rui Vasco Neto voltou finalmente, depois de um mês de afastamento. Já não era sem tempo.
Este ano assinalam-se os 250 anos do assassinato dos Marqueses de Távora e dos seus descendentes. Curiosamente, não oiço falar de blogues dedicados ao assunto ou coisas que tais. Há realmente episódios que estariam melhor apagados dos livros. Como não gosto de passar borrachas no passado e acredito que também as sociedades aprendem com os erros, deixo aqui o link para um blogue que escrevi já há bastante tempo sobre o assunto: A Saga Távora Continua. Tem apenas meia dúzia de posts, mas curiosamente tem sido muito comentado e ainda hoje recebo e-mails de pessoas que por lá passaram. Provavelmente vou reactivá-lo agora.
Quando comecei a blogar, julguei que fosse coisa passageira. Como dizia Pessoa, primeiro estranha-se, depois entranha-se e agora blogar é quase um ritual diário. E a verdade é que em meses de actividade se vão conhecendo pessoas, criando pontes, e estabelecendo relações. Agora que estou em pleno na blogosfera, sinto falta de um pouco de pluralidade n' O Afilhado, por isso, vou abrir uma rubrica de textos convidados, para a qual convidarei os que já considero companheiros nesta terra de ninguém que é a blogosfera. O primeiro vai ser da Daniela Major, do Câmara dos Lordes, que já há muito tempo me lê, com manifesta paciência, as divagações. Vou, portanto, começar a pedinchar contribuições, por isso, não se admirem que eu apareça nas vossas caixas de entrada mais cedo ou mais tarde.
Se há quem diga que os blogues não têm importância nenhuma, como o Miguel Sousa Tavares, há também quem diga que tem mais poder no seu blogue que um secretário de Estado, como o José Pacheco Pereira. Num raro acesso não sei de quê, tendo a concordar com José Pacheco Pereira: os blogues são e serão cada vez mais fortes armas políticas. E um belíssimo exemplo é o do excelente Educação do meu Umbigo do Paulo Guinote, que, diga-se, é o quinto blogue mais lido em Portugal, e vai agora pedir um parecer jurídico a Garcia Pereira para que se avalie a conformidade da mais recente legislação vinda do Ministério da Educação com a Lei de Bases do Sistema de Ensino. Nada mais simples: um blogue com mais de 5000 visitas diárias criou um grupo de 50 para núcleo duro e vai criar uma conta para a qual quem quiser poderá contribuir com uma determinada quantia, de modo a ajudar a suportar os custos do documento. Os meus sinceros parabéns pela iniciativa.
Quando comecei a ver os gigantes blogosféricos, a vanguarda da nossa comunidade, inscreverem-se no twitter, pensei: "para que é que aquilo serve?". Muito sinceramente ainda não sei, mas este texto do Paulo Querido deixou-me curioso e experimentei. Meus senhores e minhas senhoras, O Afilhado está no twitter.
Quando há mais de sete meses comecei a escrever um blogue, nunca imaginei que o mantivesse tanto tempo. Mas a verdade é que me habituei às "coisas" da blogosfera: a novidade constante, qual redacção de jornal, as discussões e intrigas, as amizades blogosféricas, que são um verdadeiro case study. Tudo. E o facto de ter começado a gostar de tudo isto fez com que continuasse a escrever mais e mais. O meu editorial inicial, que transcrevo a seguir