A máfia da blogosfera
15
Jan 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 14:16link do post | comentar

 

Portugal está em todo lado, mas em quantidades reduzidas. E o pior é que se vangloria por isso. Fazemos História, mas na sombra, na sombra que não fica nos livros de História nem na mente do povo. Veja-se o frenesim noticioso que foi a possibilidade de Barack Obama escolher para cão presidencial um animal de raça portuguesa. Ou veja-se a loucura que Pete Souza, fotógrafo oficial da Casa Branca, traz às redacções por ser "luso-descendente de origem açoriana". Conseguimos dar importância nacional a coisas completamente fúteis, inócuas. Faz até lembrar o orgulho nacional que foi o facto de a bandeira americada colocada na Lua ter sido feita por uma costureira de ascendência portuguesa. Chegou-nos saber que um bocado de pano tinha sido feito por um português, quando poderia ter sido um português a dar o giant leap for mankind. Se nos preocupassemos com o relevante e deixássemos de lado o acessório, tornarmo-nos-iamos bastante maiores, pelo menos em dignidade.

post-post-scriptum: gostava de poder ser patriota

12
Jan 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 20:31link do post | comentar | ver comentários (4)

Quando há mais de sete meses comecei a escrever um blogue, nunca imaginei que o mantivesse tanto tempo. Mas a verdade é que me habituei às "coisas" da blogosfera: a novidade constante, qual redacção de jornal, as discussões e intrigas, as amizades blogosféricas, que são um verdadeiro case study. Tudo. E o facto de ter começado a gostar de tudo isto fez com que continuasse a escrever mais e mais. O meu editorial inicial, que transcrevo a seguir

 
O Afilhado é um blogue de livre discussão, sobre os mais variados assuntos. Tentarei abordar temas das mais diversas áreas como a História, a Filosofia, a Economia ou a Ciência, sem nunca esquecer o comentário sobre Política e sobre a Sociedade. Estou aberto a qualquer contributo ou crítica. Fechado a qualquer insulto tanto a mim como a qualquer outro neste blogue. Basicamente, é este o meu editorial. Tenham cuidado, a máfia anda por aí!
 
mantém-se na íntegra, mas é necessário acrescentar mais qualquer coisinha. Isto a que chamamos "blogue" mais não é que um escape diário para podermos comunicar. Quantos de nós não se sentem por vezes sufocados por não poderem gritar bem alto o que pensam, sentem ou reinvindicam? É para isto que uso "isto": para comunicar. Mas esta comunicação, como várias vezes escrevi, não se pretende, eu pelo menos não a pretendo, unilateral. Que parvoíce é essa de vir para aqui mandar uns "bitaites" sobre tudo sem dar aos outros o prazer de me dizerem que estou errado e sem me dar o prazer de descobrir o que está certo? É por isto que vejo um blogue também como um espaço de discussão, discussão que muita falta faz numa sociedade livre e numa sociedade que se pretende desenvolvida: é na palavra que está a maior fonte de desenvolvimento. Por isso, proponho-me a prosseguir, a continuar nesta que começou como uma brincadeira diária e que, não tendo deixado de o ser, assumiu uma importância no meu dia-a-dia que nem tento questionar. E aproveito este editorial também para agradecer muito à equipa dos Blogues do Sapo, principalmente ao Pedro Neves, que fez esta belíssima casinha e teve paciência para as dúvidas aqui do infoexcluído, e à Maria João Nogueira que prontamente se dispôs a ajudar-me assim que fui para o Corta-fitas. De novo digo, tenham cuidado, a máfia anda por aí!
post-post-scriptum: ano novo, vida nova

31
Dez 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 12:01link do post | comentar | ver comentários (2)
Neste dia chovem as mensagens, os telefonemas, os e-mails e até os pombos correio para cumprir o ritual anual de desejar um "bom ano". Chegamos até a bater recordes mundiais que levam as operadoras móveis a cortar a gratuitidade das mensagens escritas. Há também as comunicações solenes dos líderes dos partidos, do governo - parece que vamos ter muito rendimento disponível não é verdade? - e do Presidente da República. Tudo gente que sabe daquilo que precisamos que saibam e que certamente desejam o melhor para nós, ou não fossem eles políticos. E há também, aqui mesmo, na blogosfera, a febre do e-mail e do comentário, mais não seja em busca de uma referência num qualquer lado, e da atribuição de prémios a estes e aos outros, de modo a que saibam que achamos que foram excepcionais ou não. Tudo isto na meia dúzia de dias que circundam a grande Meia Noite.
Enfim, eu não vou fazer como os primeiros e enviar mensagens ocas, quem deve saber, sabe que lhe desejo um bom ano. Não vou fazer como os segundos e dizer que vai ser muito bom ou que vai ser muito mau, até porque não sei. Não vou ser tão-pouco como os terceiros e andar a mandar cansativos e-mails para tudo quanto é desconhecido nem vou atribuir da minha parte prémios (apenas vou participar no "júri" dos Prémios Corta-fitas 2008), até porque não sou suficientemente bom para poder avaliar quem quer que seja. Vou apenas e humildemente deixar aqui um desejo de que todos tenham um óptimo 2009, sejam ou não conhecidos, sejam ou não leitores, e que o que aí vem não seja o ano do fim da blogosfera e mais o Apocalipse e tudo isso junto que tanta gente profetiza para nada. Muito festa, muita alegria e muito boas entradas!

publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 11:18link do post | comentar
Um fenómeno, se se lhe pode chamar fenómeno, que tenho vindo a observar é o da falta de pontaria que por cá temos quando responsabilizamos alguém por o que quer que seja. E isto é evidente na política.
Quando um governo governa mal, maldita oposição que não existe. O governo aprova um decreto-lei que permite a contratação directa, em relação às obras públicas, para contratos até cinco milhões de euros? Culpa da oposição que não se opõe e deixa isto acontecer.
Quando o Parlamento aprova por unanimidade uma lei inconstitucional, estando completamente ciente desse facto, a culpa não recai sobre os deputados, mas sim sobre o Presidente da República que não mandou a ordinária lei para o Tribunal Constitucional nem dissolveu a Assembleia da República.
Mas também na economia isto acontece. Veja-se o caso do BPN cujas administrações encobriam actividades obscuras e tapavam com tapetes autênticos poços. De quem é a culpa? Do Banco de Portugal que não soube fiscalizar.
E na polícia é outro carnaval. Há mais criminalidade, logo, a culpa é da polícia que não trabalha bem. Se um ladrão roubar uma bicicleta de quem é a culpa? Do ladrão que roubou ou do polícia que não o apanhou? A resposta parece-me clara.
E assim ficamos com os agentes feitos anjos e os ficalizadores feitos demónios, para que se continue a viver nesta admirável praia na cauda da Europa.

25
Dez 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 09:37link do post | comentar
Adeus, até ao meu regresso, no Jumento

«Umas das recordações da quadra natalícia que me ficaram da infância foram as horas intermináveis da RTP transmitindo as mensagens de Natal ds soldados portugueses que combatiam em África. Era curtas, cada soldado dizia o nome e o posto, desejava um bom Natal aos familiares e terminava invariavelmente com um “adeus e até ao meu regresso”.
Não sei o que me prendia ao televisor mas a inexistência de alternativas `RTP, a não ser a TVE, levou a que pelos meus olhos tivessem passado muitoss milhares de soldados portugueses, o “adeus, até ao meu regresso” ficou-me gravado para sempre na memória.
Recordo este facto para lembrar que muitos deles não regressaram, foram mandados para uma guerra pelo Estado português, morreram e por lá ficaram abandonados, alguns em cemitérios, muito nem isso, esquecidos por todos menos pelos seus familiares, muitos dos quais os terão visto pela última vez nestes programas da RTP. (...)»


24
Dez 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 16:21link do post | comentar
Cresci a ouvir que o Natal era a festa da Família (assim mesmo, com letra grande, sinal de suma importância). Segundo me diziam, e eu acreditava, no Natal a família está junta como em nenhum outro dia, a celebrar o nascimento de alguém que veio para nos salvar. À noite havia a ceia de Natal, durante o ano não havia nenhuma igual: doces, muitos doces, perú, bacalhau, polvo, hortaliças e um bom vinho, para se tirar a barriga de misérias. Aléluia que nasceu o menino! E nesse dia ofereciam-se lembranças aos mais chegados para que os mais chegados soubessem que nos lembrávamos. E nesse dia era-se feliz.
Mas agora olho à volta e vejo-me obrigado a chamar de mentirosos aos meus educadores.
Como de costume deixei as lembranças para a última. Não foi por mal. É que ofereço mesmo aos mais chegados e não gosto de encher a casa alheia de Ferrèro Rocher e Mon Cherri comprados à pressa num dia de avio. Gosto de escolher bem e de me certificar que as pessoas vão gostar daquilo que lhes ofereço. E não precisa de ser nada de muito caro. Como diz o Miguel Somsen, quando mais cara é a prenda, menos nos preocupamos com a sua beleza. Mas continuando. Deixei as prendas para a última e dei um salto ao Centro Comercial para as ir comprar. Como já sabia o que queria, demorei uma escassa hora. Mas o pior é que nessa curta (tão longa!) hora eu mal me consegui mexer. Era a Fnac atulhada de gente ensacada. Era o MacDonald's a servir refeições de Natal a uma Geração Rasca que não dá valor à tradição. Eram pessoas a andar de um lado para o outro num frenesim danado porque estava quase e ainda não estava nada feito. Era a Bertrand com uma fila enorme. E a fila para embrulhar à porta da já referida Fnac? Nem vos conto! E eram os autocarros a descarregar mais e mais crianças, adultos e velhos, gente de todas as idades. E eram escadas rolantes cheias para descer e vazias para subir. E era o caos.
E eu ali, sozinho, a comprar as minhas humildes lembranças, só pensava "tirem-me daqui".

23
Dez 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 13:12link do post | comentar | ver comentários (3)
É complicado, mesmo muito complicado, nomear um número reduzido de blogues como os "marcantes" ao longo do ano. Vou-me esforçar por referir aqueles que foram uma referência para mim neste meu primeiro ano de bloguista (ou blogueiro, ou para quem não tem problemas com estrangeirismos, nomeadamente, anglicismos: blogger). É incontornável falar d' O Insurgente, os autores fazem-me lembrar constantemente alguém a nadar contra a corrente e que insiste em nadar contra a corrente por saber estar certo. E tem uma particularidade: os insurgentes sabem do que falam, têm realmente formação em economia, ao contrário dos ilustres leigos que por aí proliferam. Tenho também de mencionar A Educação do meu Umbigo, que foi para mim o blogue do ano. Quem diria que o Paulo Guinote com um simpático blogue sobre Educação iria ter toda a importância que tem, tornando-se convidado do Público e uma referência sempre que se fala sobre política educativa. Há também o Atlântico, o SeteVidas e o Portugal Contemporâneo que têm diariamente as minhas visitas e sem os quais me sinto um infoexcluído. Há também o Corta-fitas, do qual não devo falar por lá escrever, mas ainda assim refiro como o que é para mim o melhor blogue sobre Política e Sociedade da blogosfera nacional (não foi por acaso que aceitei ir para lá). E não podia terminar esta distribuição de mimos e elogios sem falar dos blogues amigos, sim, aqueles cujos autores me visitam amiúde e que fizeram este meu O Afilhado perdurar: ao Ponta e Mola, do Al Kantara, ao Câmara dos Lordes, da Daniela Major, ao Se o meu apartamento falasse..., da Maria Manuela e, apesar de já os ter referido, ao Corta-fitas e ao SeteVidas, o meu muito obrigado. Como não gosto de deixar tudo para a última da hora, deixo desde já a todos os meus leitores e não leitores e a todos os bloggers com que concordo ou discordo os meus votos de um óptimo Natal e um belíssimo 2009.

22
Dez 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 15:16link do post | comentar
Cabe a um bom bloguista (será provavelmente a melhor forma de "aportuguesar" blogger) recomendar, assim a dois dias da véspera de Natal, umas coisinhas para oferecer. Não quero eu que fique um único afilhado desprezado pelos seus padrinhos, por isso:

(aviso desde já que alguns não são propriamente novidade, mas ainda assim recomendo-os)

Isto em relação aos livros. Quanto a álbuns, recomendo o "Canção ao Lado" da Deolinda, "Tributo a Carlos Paião" de vários autores (a Vinho do Porto cantada pelos Donna Maria está fantástica) e o "Todos Cantam Zeca Afonso" de vários autores novamente.
Finalmente, recomendo vivamente a compra do DVD da primeira série dos Contemporâneos.

publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 11:37link do post | comentar
Vi o programa dele duas ou três vezes, durante meio segundo no decorrer da prática do meu desporto favorito: o zapping. Não prestei atenção. Pensei que fosse mais um bocadinho de lixo televisivo que o filtro que é a Sic Radical tantas vezes passa.
Nem nunca mais me lembrei daquilo.
Há uns dias, li o escrito de João Bonifácio sobre ele. Dizia que o amava. Dizia que o personagem era a "personificação" (entre aspas por ser um cão e por não existir a "canificação") de Portugal. Achei graça. Depois li o texto das Miss Woody e Miss Allen sobre ele. Decidi prestar atenção. E adorei.
O Bruno Aleixo é, e não estou a exagerar, um verdadeiro Génio. E é-o não por me fazer rir à gargalhada, que não faz, é-o por ser inovador. Quem é que se lembra de criar um programa, com um genérico que parece o de um programa da RTP Memória, no qual um cão sentado numa poltrona de idoso conversa com um busto de Napoleão (ou outro qualquer finado ilustre com um chapelinho bem catita), chamado Busto. Mais. A conversa é simples nonsense: o cão fala de tudo, conseguindo não dizer nada. É, e aqui o João Bonifácio tem razão, um daqueles "tipos que são iguais à avó", "que apenas abre a boca para rezingar, mandar vir, reclamar e mostrar, por argumentos insondavelmente insanos, que todos os outros são idiotas". É isto o Bruno Aleixo.
E agora vejo a minha vida a andar para trás. São as dezenas de blogues que leio diariamente (maldita qualidade lusa!), são as dezenas de episódios dos Contemporâneos que tenho de ver no site da RTP, porque nunca acerto nem no dia nem na hora, é o trabalho (que para este rosário não é chamado, mas fica sempre bem pô-lo cá), e agora o maldito do programa que tenho de ver dê por onde der. Malditos génios com as suas genialidades!

20
Dez 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 18:54link do post | comentar
gente atulhada de sacos a correr de um lado para o outro, olhos cansados, pernas tremendo, braços doridos. no hipermercado, mulheres a vasculhar numa gaiola sem tampo, quais abutres, buscando o pijama tamanho L que estava na promoção leve 3 pague 2. enervado, saí dali em busca de um faminto pão com chouriço (os dali são uma delícia) e no caminho de alguns metros consegui fazer a padeira de Aljubarrota revirar-se no caixão com tanta porrada que dei. depois apareceu uma velhinha com a conversa do há tanto tempo e do tempo que passa rápido. rapidamente fugi novamente para a carne e depois para as bananas. no fim, um pedacinho de felicidade no meio de tamanho inferno: uma estante com montes de DVD's antigos a 1,59€, comprei uns cinco. finalmente, Casa.

10
Dez 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 19:19link do post | comentar
Em bom rigor, temos de dizer que 60 anos pesam, já poucos dão ouvidos a esta velha cansada cujo destino próximo mais parece uma qualquer biblioteca nacional bafienta e coberta de pó. Quando ela nos avisa para não cometermos certas injustiças e atentados à dignidade humana, armamo-nos em adolescentes rebeldes e fazemos ouvidos mocos. São imensos os exemplos disto aos quais a humanidade assistiu ao longo destas longas seis décadas. Guerras sangrentas, por vezes fraticídas, verdadeiras machadadas naquele fino pedaço de árvore, são o pão de cada dia nos ruidosos telecrãs a que chamamos televisão. Infantilidades de quem não ouve a experiência dos antigos que por nós escreveram tamanho texto com o sangue dos que morreram sem saber-se detentores de tão básicos direitos, tão sublime compilação de tudo aquilo que deveríamos exigir a nós próprios. Bem, palavras leva-as o vento, por isso, deixo-vos aqui um pequeno vídeo roubado aqui.


04
Dez 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 15:07link do post | comentar | ver comentários (6)
Normalmente estas coisas não se fazem, mas também não faz mal. Hoje celebro mais um aniversário (já são tantos...). Por isso, parabéns para mim!

17
Nov 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 21:52link do post | comentar
Eu suponho que todos aqueles que se mostraram fervorosos defensores do Estatuto do Aluno estejam agora contra esta "clarificação" feita pela ministra através de Despacho. É que se concordarem com esta "clarificação", então, meus amigos, são um cambada de cordeiros à mercê das vontades do bom pastor. Saúde e sorte!

publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 20:56link do post | comentar | ver comentários (1)
Perdoem-me tornar isto mais pessoal, mas este blogue ainda me permite alguns desabafos. Eu começo a achar tudo isto demasiado asfixiante. Eu vejo em Janeiro sair uma lei que trata de forma igual quem falta por estar doente e quem falta por ir fazer merda. Em Setembro/Outubro a lei começa a ser aplicada e os protestos começam a surgir. Dizem dos protestos que não são significativos, dizem, à descarada, que a opinião de cidadãos desta nossa pretensa democracia não é válida. Depois, ao se aperceberem que a lei está, efectivamente errada, fazem um Despacho que, ilegalmente, se sobrepõe à lei e que serve para "clarificar" quem não compreendeu o texto original, ou seja, quem errou passou a ser quem interpretou e não quem criou. Tudo isto é para mim demasiado orwelliano. Estou a ler o 1984 e não o poderia fazer em melhor altura. Tudo isto me faz lembrar de forma perturbadora o trabalho do Minivero a "rectificar" os erros, de modo a que todos pensassem que não tinha existido erro algum. Tudo isto é demasiado asfixiante numa terra que se clama livre.

01
Nov 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 09:09link do post | comentar

Ao longo dos anos habituei-me às imagens de como é o Dia das Bruxas americano. Uma festa. Crianças que esperam o ano inteiro por aquilo, qual Natal, e no dia mascaram-se, saem à rua, batem às portas, partem ovos, gastam papel higiénico, comem doces e são felizes. Por cá nunca houve esta tradição. E quem disser que é por estarmos em grandes cidades e as pessoas que se desengane porque no interior das aldeias, das vilas, também não se faz disto. Pelos vistos muitas pessoas já constataram esta realidade e, por isso, tentam "criar-se" tradições, mascarando forçadamente as crianças nas creches, fazendo "casas assombradas" e coisas que tais. Gostava tanto que um dia um bando de crianças mascaradas de Frankenstein me viessem bater à porta pedir os doces que eu teria guardados num grande pote junto à entrada.

18
Out 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 21:06link do post | comentar | ver comentários (3)
Podes, e deves, ter ideias políticas,
mas, por favor, as «tuas» ideias políticas,
não as ideias do teu partido;
o «teu» comportamento, não o comportamento dos teus líderes;
os interesses de «toda» a Humanidade, não os interesses de uma «parte» dela.
E lembra-te de que «parte» é a etimologia de «partido»

Agostinho Silva (não me perguntem quem é!)

(gentilmente "cedido" pelo André Couto)

16
Out 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 15:31link do post | comentar | ver comentários (1)
Há uma coisa que simplesmente não compreendo: porque é que quem não sabe nada sobre uma matéria insiste em fazer-se entendido? Falo disto a propósito da crise e dos posts que andam pela blogosfera sobre a mesma. Eu compreendo que em alguns blogues (como o Insurgente) em que os autores têm formação na área económica se produzam longos textos com opiniões sustentadas sobre o assunto, mas porque é que quem não é economista fala da crise como se detivesse conhecimentos sobre o assunto? Isto acontece numa data de assuntos, nomeadamente, a Educação, a Saúde, a Justiça. Eu não estou a dizer que os temas devem estar fechados aos especialistas, mas eu próprio, que de ciência nada sei, não venho para aqui dissertar sobre a Teoria da Relatividade... Sempre ouvi dizer "cada macaco no seu galho" e olhem que nisto, quem isto dizia, muita razão tinha.

15
Out 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 22:19link do post | comentar
Decorreu hoje na Faculdade de Ciências e Tecnologias da Universidade Nova de Lisboa o E-Day: uma espécie de seminário onde vários académicos e empresários vieram prestar testemunhos e dar conselhos sobre empreendedorismo. Foi um evento deveras bem organizado, com painéis bastante interessantes de exemplos de sucesso em Portugal como a YDreams ou a STAB. No final houve entregas de prémios no âmbito de um pequeno concurso de ideias feito a nível interno (ideias francamente más, deixem que confesse) com prémios bastante interessantes: 2000€ para o primeiro prémio, uma viagem a Londres de visita a um Instituto cujo nome não me recordo para o segundo prémio e um estágio nesse mesmo instituto de Londres como terceiro prémio. É engraçado que se eu estivesse naquele concurso iria lutar com unhas e dentes pelo terceiro prémio...

14
Out 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 18:17link do post | comentar | ver comentários (1)
Não existe nenhum Prémio Nobel para a Economia. Isso é um erro já quase instituído dado que ninguém o tenta corrigir. O que existe é um prémio em Ciências Económicas atribuído pelo Banco Central Sueco em memória de Alfred Nobel. Quem conhecesse a história dos prémios perceberia o porquê de ninguém poder agora aumentar o leque de prémios: é que tudo aquilo veio no testamento do senhor, no qual ele deixou dinheiro para a fundação e indicou que prémios iriam ser dados (Paz, Medicina, Física, Química e Literatura).

05
Out 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 13:39link do post | comentar | ver comentários (2)
Foi dia 5 de Outubro de 1910 que em Portugal o poder passou de um presente de Deus ao Rei para um presente do povo ao povo. Para o bem e para o mal, viva a República!

arquivo do blogue
2009:

 J F M A M J J A S O N D


2008:

 J F M A M J J A S O N D


pesquisar