Portugal está em todo lado, mas em quantidades reduzidas. E o pior é que se vangloria por isso. Fazemos História, mas na sombra, na sombra que não fica nos livros de História nem na mente do povo. Veja-se o frenesim noticioso que foi a possibilidade de Barack Obama escolher para cão presidencial um animal de raça portuguesa. Ou veja-se a loucura que Pete Souza, fotógrafo oficial da Casa Branca, traz às redacções por ser "luso-descendente de origem açoriana". Conseguimos dar importância nacional a coisas completamente fúteis, inócuas. Faz até lembrar o orgulho nacional que foi o facto de a bandeira americada colocada na Lua ter sido feita por uma costureira de ascendência portuguesa. Chegou-nos saber que um bocado de pano tinha sido feito por um português, quando poderia ter sido um português a dar o giant leap for mankind. Se nos preocupassemos com o relevante e deixássemos de lado o acessório, tornarmo-nos-iamos bastante maiores, pelo menos em dignidade.