A máfia da blogosfera
07
Set 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 10:25link do post | comentar

Último dia. Entrei e um tsunami de bandeiras vermelhas e bandeiras brancas quase me afogou. Já me davam uma, comentei. Afinal, eu tinha de ser um infiltrado completo e até levava uma t-shirt cor-de-laranja. Passei as banquinhas de pulseiras e inutilidades que tais e desci até ao palco principal onde um Jerónimo de manga arregaçada e voz projectada bramia contra a política de direita, o grande capital e as coisas do costume. A cassete. Torna-se tão ridícula a repetição do discurso que até o ouvi, em parte, queixar-se da especulação imobiliária. O senhor tem andado por cá nestes últimos dois anos, perguntei-me. A seguir ao discurso, seguiram-se os maravilhosos, e aqui não há qualquer ironia, cânticos do partido comunista. Confesso, adorados leitores, que me arrepio quando oiço as pessoas, aquelas pessoas, a gritar tão alto que querem um «mundo sem amos» e que um dia o «sol brilhará» para todas elas. Sim, sou um mariquinhas, mas que fazer?

Deu-me a fome. Fui de novo às traseiras da tenda do Porto a uma banquinha (Matosinhos, estou em crer) com meia dúzia de pessoas na fila para comer uma bifaninha. Coisa boa. Alimentado, corri ao lago, a «zona verde» da festa do Avante, onde permaneci um bom bocado.
Já quase no fim, por volta das dez, tocava o David Fonseca e levei-me para o palco principal. Estava quase a soar a Carvalhesa e a ser o fogo-de-artifício. Foi lindíssimo. O fogo, lá em cima, e, de novo, as danças cá em baixo. O quase-ritual pagão, extraordinária demonstração de simplicidade e alegria. Digam o que disserem, e olhem que sou insuspeito, os cartazes não mentem: não há festa como esta.

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