A partir do momento em que numa entrevista televisiva um Primeiro-Ministro de um país ataca despudoradamente um telejornal e em que num congresso partidário o Secretário-Geral, curiosamente a mesma pessoa que o Primeiro-Ministro, faz precisamente o mesmo, é inquestionável a responsabilidade moral indirecta, total ou parcial, tanto do governo como do partido em questão na suspensão desse telejornal. E é esta inquestionável responsabilidade que leva a que os partidos comentem algo que, num país decente, estaria completamente fora do seu interesse. Num país decente, claro.
Por muitas justificações que sejam dadas, nenhuma colhe. José Sócrates e o Partido Socialista foram longe de mais. E sabem disso.