No ido século XIX, Bismarck impôs uma forma de fazer política que mandava os princípios, valores e ideais dar uma curva e que apenas se preocupava com as considerações práticas. Chamou-se-lhe realpolitik.
Nesta viragem de século, a classe política fundou uma nova forma de fazer política. Esta funda-se na realpolitik, por oca e instantânea, sem ideias nem estratégias, mas vai mais longe. Impõe o primado da imagem. É a barbiepolitik.
Provavelmente o maior exemplo de barbiepolitik de sempre foi e é Barack Obama. Se é certo que é um político com ideias, algumas geradoras de bastante polémica, é igualmente certo que o que o fez arrebatar o coração de tantos românticos worldwide foi a criação do culto à sua volta. Obama, antes de ser político, é um boneco. Um boneco daqueles que estampamos em camisolas, canecas e porta-chaves.
Por cá, à nossa escala, temos o obaminha José Sócrates. É alguém sem ideias, que sabe que só pode chegar ao poder através de uma imagem bem trabalhada. A prova disso é escolha da mandatária da juventude do partido – exemplo máximo da via pela barbiepolitik que José Sócrates e o seu PS vão escolhendo. Com tantos jovens com pensamento mais ou menos estruturado, relativamente consistente e com inteligência mais que reconhecida a pairar «à volta», o boneco escolheu uma boneca que ri muito e lê papeis à frente de assembleias de rapazes embevecidos.
E os proles, que são os únicos que nos podem salvar, não esqueçamos, simplesmente deixam-se encantar por tudo isto. Sem querer entrar nos apocalipsismos costumeiros, julgo que 27 de Setembro vai constituir a oportunidade de todos nós para que travemos a barbiepolitik em Portugal e a deixemos na televisão, na secção Internacional dos noticiários. Pessoalmente, num político quero ideias e não o vazio que obriga a que a campanha seja toda feita cortando fitas.