Há por aí comentadores de ocasião que louvam, mas à séria, os esforços da diplomacia portuguesa dos últimos anos. Uma boa relação com Eduardo dos Santos aqui. Uma boa relação com Chavez ali. Enfim, um afecto imenso por tudo o que é boa gente.
Apesar de ver em qualquer negócio feito com gente corrupta e criminosa uma forma de legitimação desses crimes – afinal, com o negócio estamos a tirar proveito de algo condenável sob todos os pontos de vista – ainda admito que possa haver uma pacífica relação comercial entre países. Aquilo que não é, a pretexto algum, aceitável é que uma comitiva portuguesa participe nas celebrações da chegada de um ditador ao poder. Nenhum negócio, nenhum benefício comercial, nada justifica que um governo de um país democrático – e a custo – felicite um ditador no quadragésimo aniversário da sua chegada ao poder. Ao participar nas comemorações de Khadafi, Luís Amado cuspiu nos mais básicos princípios pelos quais um político se deve reger.