A democracia portuguesa, na sua essência, é apenas uma portentosa e onerosa fábrica legislativa. O Parlamento nacional dá-se ao luxo de legislar as mais pequenas e irrelevantes situações. Tudo, claro, para nosso bem.
Se já é problemático que os deputados tenham uma tamanha febre por escrever leizinhas inúteis, pior é quando as leis criadas são puro lixo. Ou porque são manifestamente contrárias àquilo que é o espírito de um regime democrático, de um país livre (como a lei do sal do pão, para dar um exemplo recente); ou porque simplesmente são inexequíveis ou se revelam redondos fracassos na prática (caso dos vários diplomas «polémicos» na área da educação).
O Presidente da República, num fim de legislatura, tem dezenas de diplomas para analisar e ainda não há fim à vista. É realmente preciso legislar menos e legislar melhor. Ou isso, ou isto.