A intervenção de Marques Mendes foi, para além de escusada, um disparate. É inaceitável que se proíba a candidatura de pessoas acusadas de crimes, sejam graves ou não. Uma acusação não é uma sentença e não se pode punir alguém que se presume estar inocente.
Para além disso é mais um exemplo de como os partidos se apoderam da lei e condicionam as escolhas dos eleitores. São os eleitores, o máximo soberano, que têm de decidir quais são as boas e as más candidaturas. Se o povo da Amareleja quiser ter um criminoso como presidente da junta tem direito a isso. Se os portugueses quiserem um bandido como Presidente da República têm direito a isso. Se os tribunais derem os acusados como culpados, pois que saiam dos cargos públicos para que cumpram as suas penas. Até lá, proibir as candidaturas é um abuso de poder inaceitável.