A máfia da blogosfera
30
Jul 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 19:55link do post | comentar

Volto a discordar do Pedro Picoito em relação ao casamento homossexual. Apesar de não referir explicitamente a conclusão a que quer chegar, ela aqui é óbvia.

Não interessa absolutamente nada quantos pares homossexuais se querem casar. Até podia ser nenhum. Isso não invalida que tenha de haver o direito a casar, caso se queira. Dizer que o casamento homossexual não faz sentido porque a esmagadora maioria não quer casar é igual a dizer que o casamento como o conhecemos deveria acabar porque há muita gente em união de facto.
Dou-lhe, no entanto, total razão quando fala na luta tribal e quando se opõe à descabida ideia de que deveria haver um Presidente gay apenas por ser gay, como se Obama tivesse sido eleito apenas por ser preto. Isso é manifestamente estúpido e apenas lhes faz moça à causa. Ser homossexual, negro ou até mesmo daltónico não é, por si só, uma porta de acesso a lugares de topo. Mal estaria o mundo se a emancipação de grupos ostracizados obrigasse a que elementos desses grupos (apenas por o serem) tivessem de exercer cargos de que natureza fosse.
E até digo mais. A questão do casamento homossexual deveria fazer-nos reflectir numa coisa ainda mais importante. É que não deveria ser o caso de os pares homossexuais receberem os mil e tal direitos dos casais heterossexuais. A discussão deveria ser, precisamente, sobre esses direitos que já existem e que não têm fundamento. O casamento homossexual não tem de ser uma porta de entrada para benefícios e privilégios. Do mesmo modo que o casamento heterossexual não o pode ser. Acabe-se com os direitos e tal e todos, mas todos, podem casar com quem quiserem sem que haja qualquer intromissão do Estado.

Tiago

Não concordo.

De facto, os gays utilizam o casamento para serem aceites. Esta questão tem a ver tudo com isso.
Muito simples seria "constituir" um novo instrumento juridico para que os Gays tivessem direitos diferentes.

Uniões diferentes= direitos diferentes. Mas isso já foi debatido há muito.

Pena que Socrates na Conferencia de blogues tenha mais uma vez visto esse problema como o grande problema nacional.
E de facto, continuamos a discutir coisas sem relevancia quando o país atravessa uma crise financeira e social.

Veremos se quando a lei entrar em vigor o que irão reclamar mais...

Um abraço


Francisco,

Desculpará, mas não suporto o argumento das prioridades. Por essa ordem de ideias, esta questão nunca será uma prioridade. A ideia de que só se pode pensar no prioritário e o que não é prioritário não pode ser discutido é manifestamente falaciosa.

Depois, não cabe ao Estado definir que tipo de uniões são e o que é que merecem com isso. O casamento é um contrato entre privados e o Estado não tem de se intrometer. Seja ele hetero ou homo.

Abraço

Tiago

mas se é o Estado que define as leis, tb pode e tem o dever de definir esta.....

Porque é ao Estado que compete quais são os contratos q os privados podem executar...

Dai que seja o Estado tb a poder definir que tipo de relações podem ser estabelecidas entre duas pessoas do mesmo sexo

Francisco, Jamais!

Não é ao Estado que compete definir que contratos se podem executar.

Além disso, o facto de caber ao Estado fazer leis, isso não implica que todas sejam inquestionáveis.

Era o que faltava o Estado, o colectivo, eu, o Francisco e a Maya definirmos o que é que o José e o Jorge fazem com as suas vidas...

Não??

mas podemos dizer o que é que o joao e a rita podem fazer ou nao???

Qual é a diferença?

Temos o dever de olhar primeiro para a Sociedade.
Assim podiamos ter mais do que uma mulher....
Já que não compete ao Estado dizer o que o Francisco anda a fazer com a Rita e a Maria.....

Mas a Sociedade nao foi feita nessa direcção

é preciso pensarmos primeiro na Sociedade e depois no Individual .

Se é o Estado que faz as leis é ele que manda!

Pode nao ser inquestionavel, mas neste caso a lei está bem feita....

Sugiro que leias não apenas o texto mas tb os comentários de um post que fiz sobre este assunto

ta aqui o link http://olhardireito.blogspot.com/2008/05/o-casamento-como-forma-de-procurar.html

Abraço

Temos uma visão radicalmente diferente.

1. Porque é que a sociedade é afectada pela impossibilidade de duas pessoas do mesmo sexo casarem?

2. O Estado somos todos nós. Quem faz leis são aqueles em que votamos. Não é o Estado que manda, no sentido em que não são os chefes momentaneos que decidem tudo por nós.

3. Qual é o problema de o Francisco casar com a Rita e a Maria? Em que medida é que isso me afecta a mim e ao António?

Os indivíduos é que fazem a sociedade. Primeiro olha-se para os primeiros, a sociedade vem depois.

Lerei o texto amanhã, que hoje já é tardíssimo :)

Abraço

1- A sociedade é afectada porque se está a criar um precedente. Se os gays poderao casar no futuro eu tb posso casar com a Maria, Rita, Marta.....
Se a lei não tem que ter antecedentes religiosos então cada um fará a sua lei.

2- O Estado somos nós concordo.
Mas são apenas 230 em 10 milhoes que decidem.
E que tal um referendo? Se para Socrates isto é uma prioridade e fica tão afectado por viver num país em que duas pessoas do mesmo sexo não podem casar, pelo menos foi o que pareceu na Conferência de Bloggers; e se a questão divide a sociedade portuguesa então deverá haver discussão.

Mas até nos países onde os casamentos gays são permitidos existe vontade de alterar a lei...


Francisco,

Uma proibição só deve ser feita quando o acto proibido é ilegítimo ou lesivo para outros. Por isso, não faz sentido que, por exemplo, se proiba as pessoas de comer bolos - é lá com elas.

No caso do casamento homossexual ou poligâmico, em que medida é que o resto das pessoas são afectadas? Aqui é que tem de estar a questão. É que se as pessoas não estão a ser afectadas por isso, então trata-se simplesmente de uma intromissão inaceitável da sociedade na vida privada.

E sim, acho que se deveria referendar tudo e mais alguma coisa. Não tenho medo de referendos...

Apesar de a última experiência ter sido o que foi... mas enfim.

"Isso não invalida que tenha de haver o direito a casar, caso se queira."

"Acabe-se com os direitos e tal e todos, mas todos, podem casar com quem quiserem..."

Não percebi, mas isso já é normal.

Acabem-se com os direitos, mas devemos dar o direito ao casamento homossexual?

Sou a favor do direito ao casamento e todos os direitos, deveres e privilégios que o acompanha.
Daniel João Santos a 30 de Julho de 2009 às 21:36

Eu explico-te: o Estado deve acabar com os privilégios que dá a todos, sejam homossexuais ou heterossexuais. Isso é tão importante quanto permitir o casamento gay.

Vou-te ser sincero e sem graxas. Na próxima vez que eu for ai a Lisboa temos de nos reunir.

É só dizeres :)

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