A máfia da blogosfera
15
Jul 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 10:29link do post | comentar

Tinha prometido a mim mesmo não falar das eleições de Lisboa. É coisa lá deles, que só lá vou quando é mesmo preciso. Mas a senhora Helena Roseta obriga-me a engolir a promessa, ó inferno que me aguardas, e tocar na ferida.

Que o Zé em falta se unisse a António Costa, toda a gente esperava. Desamparado pelo Chico, o Louçã, tinha de buscar colo num outro lugar. E António Costa até parece ser bom partido – para o Zé, claro. No entanto, de Helena Roseta não esperava este triste espectáculo. Aquele MIC tão alegre parecia tão cheio de inocência e boa vontade e, afinal, revelou-se apenas mais um peão no jogo de poder, nomeadamente no poder lisboeta. A análise do Vasco Campilho mostra bem as continhas feitas a lápis, borracha e com provas dos nove que precederam a decisão. É impressionante como Helena Roseta está, simplesmente, a tentar safar-se. Santana Lopes está a subir bastante das sondagens e o voto útil iria comprometer a candidatura da senhora. A esquerda unida ia chamar o António, sim, é uma música, e Helena Roseta ia ficar para a próxima.
Assim, manda fora os ideais que a levaram a candidatar-se (há dois anos candidatou-se contra Costa, lembrai-vos), apenas para ter um pelouro. Intervenção, cidadania ou simples ganha-pão: deixamos de saber o que é que esta candidatura representa para Helena Roseta.
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"Uma opinião sobre este facto não carece de estudos que a sustentem"

Eu diria mais: uma opinião nunca carece de estudos, ou documentos ou outro tipo de documentação. No entanto existe uma profunda diferença entre emitir uma simples opinião e emitir uma opinião fundamentada. Os "foruns" sobre os quais tu comentaste ontem demonstram claramente essa diferença. Quanto às crónicas, bem elas valem o que valem e para mim a maioria vale muito pouco.

1. Antes demais eles não são, nem nunca foram inimigos. O MIC aparece como uma alternativa ao sistema partidário e durante estes 2 anos trabalharam em conjunto. Quanto ao facto de ser contra o António Costa isso não tem nenhuma base real. Pelas palavras da própria Helena Roseta o próprio MIC porpôs o contrário, que seria os partidos de Esquerda (os que quisessem) integrassem um Movimento que seria encabeçado pelo António Costa.

E já agora se fosse só competência ou incompetência nem sequer existiria necessidade de coligação, Santana não teria um décimo dos votos. Tu sabes tão bem como eu que existem muitas pessoas que não votam esquerda ou não votam direita. O voto util teria o seu peso, assim como o voto de protesto teria o seu. A questão aqui era o risco de, se tanto o António Costa como a Helena Roseta não engulissem o orgulho, a fragmentação colocar o Santana no Poder.

"Tudo pelo poder"
E a AD foi o quê? Aliás tem bastante piada que critiques esta situação num contexto de esquerda e não critiques o facto de o próprio PSD ser uma "coligação" cujo o fundamento da sua existência é esse principio.

Dentro do PSD existem ideologias perfeitamente antagónicas e que conseguem conviver em conjunto apenas pelo simples facto de que sobrepôem qualquer valor, qualquer ideologia para obter poder, que a meu ver é profundamente mais grave do que esta coligação mesmo que existisse o facto que tu dizes que existe.


Stran a 15 de Julho de 2009 às 13:04

As a coligação de Santana Lopes existiu desde início e para os envolvidos se calhar fez sentido e avançaram. Contra isso não tenho nada.

Perturba-me é que o MIC e o PS tenham começado separados, por, provavelmente, terem ideias diferentes e agora por mera lógica de cálculo eleitoral se juntem. Não é honesto na minha opinião.

Portanto foste completamente contra a coligação de PSD-PP após as legislativas?
Stran a 15 de Julho de 2009 às 15:20

Na altura não pensei muito nisso. Mas pensando no assunto, é óbvio que não foi uma coisa de saudar. Uma coisa é um acordo parlamentar, construir pontes de diálogo. Outra é dizer aos portugueses que há dois programas de governo, os portugueses votam, e depois muda-se o programa de governo. Isso é inaceitável.

Voltando então ao caso da Helena Roseta. Neste caso não existia dois programas distintos pois a campanha ainda não começou. Ou seja a coligação PSD-PP e esta estão no mesmo patamar nesse ponto, com uma diferença substancial:

- a coligação do PSD-PP: tem como cabeça de lista o vice-presidente de um dos partidos que cometeu esse acto inaceitável!
Stran a 17 de Julho de 2009 às 23:36

Stran,

Não estão num patamar igual coisa nenhuma. Não estão porque, apesar de as listas não estarem oficializadas, há muito que anunciaram publicamente que se candidatavam sozinhos. Para se candidatarem sozinhos supõe-se que têm um projecto sério...

O teu segundo argumento não faz para mim sentido. Se o meu tio matar alguém, isso não faz de mim um assassino...

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