Os monárquicos portugueses da actualidade são, na sua maioria, e ao que sei, liberais. Liberais no sentido em que defendem a política levada a cabo ao longo do século XIX, mais não seja por a elogiarem tanto em comparação à do século XX. Por isso, não sei como é possível que defendam para Rei nada mais nada menos que um descendente do último dos absolutistas que acabou banido de Portugal. D. Duarte é, para quem não sabe, descendente de D. Miguel, o absolutista, que esteve num dos lados da guerra civil, opondo-se a D. Pedro IV, o liberal.
Para além disso, não entendo porque é que, a voltar a haver monarquia em Portugal, teria de ser D. Duarte de Bragança a assumir o lugar de Rei. O que há que lhe confira tal prestígio? Não me parece que se tenha notabilizado propriamente por grandes feitos. Se se reconstituísse a monarquia em Portugal, por absurdo admitamos o cenário, o mínimo a fazer seria fundar-se uma nova dinastia. É que a dinastia bragantina não tem propriamente um título de propriedade sobre a nação.