Depois do escândalo que foram os exames nacionais de 2008, com as associações de professores, principalmente a de matemática, a protestarem contra o facilitismo irresponsável das provas, ouvimos um governo inteiro e um bando de acólitos eunucos, que por mim seriam colocados num barquinho e zuca daqui pra fora, dizer que tudo aquilo era o Milagre de Maria de Lurdes. Elevada a santa educadora, Maria de Lurdes Rodrigues parecia ser mesmo aos olhos daquela gente exímia no cargo que ocupava. Tanto se pensou isto que Afonso Candal teve o desplante de no debate da nação dizer que estranhávamos uma média de 14 valores a matemática por estarmos «habituados a que os alunos sejam maus».
Este ano, obviamente, os resultados baixaram. E muito. Mais 50% de reprovações e menos dois valores de média geral. Se aquela corja que pensa que pode desgraçar a vida de miúdos para sacar votos tivesse um pingo de vergonha na cara viria admitir que aquilo tinha sido um disparate, teriam, no mínimo, pedido desculpa ao país e aquele bando de lambe-botas que orbitam à volta do líder teria a decência de nunca mais voltar a abrir a boca em matéria de educação. Infelizmente, pedido de desculpas nem vê-lo, apenas mais auto-elogio, e duvido que os bandalhos do costume se retractem. Caminham todos alegremente para o abismo, palmadinhas nas costas à excelente equipa que nos traça o destino. É triste. É isto que estão a fazer com a democracia.
(este post foi editado)