Depois do manifesto dos 28, aquela monstruosidade neoliberal, surge agora o manifesto dos não-sei-quantos. Não sei mesmo quantos são, porque a televisão diz 51, o i diz 52 e o Público diz 60. Como gosto de rigor, prefiro não arriscar. Ora, este manifesto, coisa bem catita, não diz absolutamente nada. Qualquer pessoa que o leia fica a saber precisamente o mesmo que sabia antes de o ter lido. O exercício serviu apenas para que os signatários nos dissessem, que poderíamos eventualmente ter dúvidas, que discordam do outro manifesto. Porquê, em quê e o que pensam realmente, isso já é demais, não nos dizem. Ficamos apenas a saber deste manifesto que os seus signatários querem uma economia de esquerda, e quem não quer neste país?, que querem uma economia social e que querem muito investimento público. Eu por mim agradeço que tenham partilhado este pequeno desabafo comigo.
P.S.: E gostava de saber se as pessoas que se indignaram porque nem todos os signatários do outro manifesto eram economistas (havia dois engenheiros, um fiscalista e dois ou três gestores, segundo li) se irão também indignar por metade dos signatários deste segundo manifesto serem sociólogos. Só por curiosidade.