Há reformas que antes de implementadas já têm avaliação feita. Normalmente essas avaliações são duvidosas, apesar de legítimas. Mais credíveis e acertadas deveriam ser as avaliações feitas depois de implementadas as reformas. Infelizmente, não são.
A ideia de um debate, seja quinzenal seja o que for, entre Parlamento e Executivo é de um absurdo tal que até é estranho haver necessidade de escrever este post. Vamos ver se nos entendemos: Governo executa, Parlamento fiscaliza. A fiscalização do Parlamento não pode basear-se num esquema de debate. Quando o Parlamento pergunta algo ao Executivo, não pode vir desse Executivo uma resposta torta, ou uma reprovação em relação à pergunta: tem de vir uma resposta, caso haja possibilidade de a dar. O que acontece hoje nos debates quinzenais é uma vergonha e um desrespeito pelo povo. Os deputados da Assembleia da República são representantes do povo e apenas estão ali porque seria inconcebível que dez milhões de pessoas fossem quinzenalmente para uma sala. Por isso mesmo, quando o governo fala com os deputados nunca por nunca pode ser de forma impertinente como é estilo de um Primeiro-Ministro a que nos habituámos.
A reforma deveria ser abolida. Quem tem de debater são os deputados entre si e o governo baixa as orelhas e responde ao que o povo pergunta.