Não me apetecia nada fazer de advogado do diabo, salvo seja, mas desta vez tem de ser. O João Pinto e Castro lança aqui uma crítica aos manifestantes mais badalados do momento. O argumento essencial é que não lhes podemos dar muita credibilidade porque nem eles se entendem. O que o João Pinto e Castro não compreende é que o problema é mesmo esse: o facto de não haver consenso.
O que o manifesto, pelo pouco que li, propõe não é nada de concreto: o fim do TGV, o fim das auto-estradas, o fim do investimento público no seu todos, ou o que quer que seja. O que o manifesto propõe é uma reavaliação dos investimentos. Um debate mais sério. Porque a verdade é que olhamos para trás e vemos que já se anda a falar de TGV e de novo aeroporto há imenso tempo, mas tem havido debate? Não. Tem havido caprichos de quem governa, seja de um lado seja de outro. Penso que tentar escamotear o principal propósito, um nobre propósito quanto a mim, do manifesto enfatizando o facto, que é óbvio, de os signatários não estarem de acordo em tudo é francamente desonesto.