A máfia da blogosfera
17
Jun 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 19:00link do post | comentar

Eu até sou algo sensível a alguns argumentos do Carlos. Sou liberal, mas não sou autista e tenho noção que é necessária alguma intervenção em algumas situações, que as outras alternativas, por vezes, não são melhores. O que contesto aqui é, por um lado, a dimensão do investimento e, por outro, o período em que é feito. E até um pouco a própria lógica do investimento.

Vamos por partes. Temos imensos problemas com as actuais infra-estruturas sociais e todos o sabemos. As actuais estruturas de apoio social não resultam e a realidade é a prova disso. Não seria, por isso, mais interessante investir nas já existentes de modo a melhorá-las e a torná-las um tipo de serviço público de «excepção», ou seja, para os mais necessitados por mera lógica de mal menor? O Cameron tem uma frase muito interessante sobre isto, que cito de memória: dar mais a menos. Ou seja, não abranger o país inteiro nos programas sociais porque a realidade é que nem todo o país o necessita. Vamos ser pragmáticos e deixarmo-nos do discurso politicamente correcto que ainda não estamos em campanha: hoje em dia, uma família de classe média consegue pagar a creche dos filhos. E, e isto é mera especulação, penso que os preços seriam muito mais baixos se não houvesse tanta intervenção - ao haver tantos serviços sociais, os serviços privados funcionam com as «sobras» e é sempre complicado prever o futuro próximo porque, vai na volta, um primeiro-ministro decide criar em seis meses 400 lares e creches: não há concorrência que suporte isto.

Mas nem é este o centro da discordância. Estas questões são, quanto a mim, importantes, mas se calhar os socialistas não lhes dão importância. Do que discordo é do prazo e da dimensão. Se a proposta fosse, imaginemos, criar 400 lares num prazo de cinco anos, por exemplo, seria uma pouco mais aceitável. No entanto, num escasso período de seis meses, em época de crise, quer-se aumentar a máquina do Estado, contratando mais 10 000 pessoas e investindo imenso dinheiro, investimento esse que não é propriamente potenciador de mais investimento é uma loucura. Dizes que em época de crise é preferível criar empregos públicos a pagar subsídios. Respondo-te com um redondo não. É que dar o subsídio de desemprego é algo de temporário - suponho que daqui a dois anos a situação estará normalizada - enquanto criar novos empregos públicos implica que estes se mantenham como um custo para a população «para sempre». Não se pode aumentar a máquina conforme são as conveniências de cada momento

Quanto aos benefícios indirectos, enuncia-los muito bem, volto a repetir que tenho algumas desconfianças quanto à intervenção excessiva neste mercado, mas que isso tudo acontece, é certo. E é óptimo que aconteça. Mas não é isso que está em questão aqui. O que está em questão aqui é que temos um governo a fazer uma política de contra-ciclo sem qualquer tipo de reflexão aprofundada, apenas com programas de investimento que irão onerar gerações e gerações por vir.


Meu caro, será possível introduzir na sua equação que não há dinheiro da CEE, nem juros bonificados do BE para a renovação, tal como existe para os novos investimentos? Que fica mais barato construir o TGV Porto Lisboa do que recuperar a actual linha, o que por si só não chega uma vez que está saturada em termos de transito de mercadorias?
manuel gouveia a 17 de Junho de 2009 às 22:08

Não percebi o que estás a comentar, se este texto se os do TGV...

Bem, por acaso estava a comentar o TGV, importas-te de repor o teu texto original?

qual texto? o número quatro vai ser publicado as 15... +/-

Bolas! Voltei a antecipar o comentário!

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