A máfia da blogosfera
18
Jun 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 20:43link do post | comentar

Claro que quando há um investimento desmesurado em rodovia e se negligencia a ferrovia, isso traz consequências.

Na UE-27, a repartição do transporte de passageiros pelos dois modos é, em média, 92,1% para a rodovia (82,8% de carros pessoais e 9,3% de autocarros) e 7,9% para a ferrovia. Em Portugal há apenas 5,5% de utilização de ferrovia.

Ao analisarmos o transporte de cargas, a realidade nacional é ainda mais diversa da realidade europeia. Enquanto na Europa se transporta 17,6% das cargas por ferrovia, 5,9% através de transporte fluvial e 76,5% de rodovia; em Portugal transporta-se 5,3% das cargas por ferrovia e 94,7% por rodovia, não havendo transporte fluvial. Não trouxesse isto problemas graves e não seria sequer assunto, mas esta predominância do transporte rodoviário é algo de muito grave, principalmente devido às questões ambientais, mas não só.

 

Fonte: Eurostat Yearbook, 2008

Nota: os dados são de 2004 para os passageiros e 2005 para as cargas.


Sinto aqui uma abertura ao TGV?
manuel gouveia a 18 de Junho de 2009 às 22:15

Eu quero o TGV, apenas não o quero agora.

Acho que é preciso, primeiro, recuperar a rede ferroviária base e, quando esse trabalho estiver minimamente feito, avance-se para o TGV.

Não existe dinheiro europeu para recuperar a rede base, será dinheiro que ficará para as gerações futuras pagarem!

Existe dinheiro a fundo perdido para o TGV e condições excepcionais de financiamento e atenuantes quanto ao impacto no défice. Não avançar com o TGV será uma medida criminosa em relação às gerações futuras, uma vez que estas condições de apoio não se voltarão a repetir. É triste que algo tão claro como isto seja transformado num debate entre governo/oposição, direita /esquerda, esclarecidos /não esclarecidos.

As condições que temos para fazer, agora, o TGV são as melhores. A Europa deu-nos essas condições, talvez ciente que nem mesmo assim as saberemos aproveitar!

Ó Manuel, pelo amor de Deus! Argumentar com as gerações futuras é gozar, no mínimo.

O financiamento da UE, neste momento, é de pouco mais de mil milhões de euros. O investimento total do TGV, julgo eu, ronda os 7 mil milhões, fora derrapagens institucionais. Para além disso, uma parte vem da Comissão e outra do QREN. O QREN acaba em 2013, logo pode voltar a enviar-se proposta. A comissão é a mesma, logo, porderá perfeitamente voltar a apoiar o projecto.

Isto não é nada claro. Nada. Se fosse, as pessoas sabiam de tudo e não sabem.

A MFL assinou um acordo para cinco linhas... Sócrates reformulou o projecto... é inadmissível que não se ponham de acordo, isso também é um crime contra as gerações futuras. Como digo este é um projecto que não é de esquerda nem de direita, não é um projecto de consciência, é algo com uma forte componente técnica.

Para além disso, não há dinheiro europeu para a recuperação da rede base porque não há nenhum projecto apresentado. Apresente-se o projecto e certamente virá a mesada do papá.

Mas isso até que pode ser outro projecto. Nós até somos bons a pedir dinheiro, o problema está na realização da obra!

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