A máfia da blogosfera
17
Jun 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 14:22link do post | comentar

Finalmente, é interessante analisar muito bem os números do TGV.

Segundo o Panorama of Transport, relatório do Eurostat publicado em 2009, está projectada a construção, para Portugal, de um total de 519 quilómetros de linha de alta velocidade. A linha entre Lisboa e a fronteira com Espanha, com 207 quilómetros, tem início programado para 2013, ano em que acaba o actual QREN, e a linha entre Lisboa e o Porto, com 312 quilómetros, tem início programado para 2015.

Estes números sozinhos não nos dizem nada, pelo que é interessante compará-los com a restante Europa.

Na União Europeia, até 2007, apenas havia seis países com linhas de alta velocidade, a saber: França, Alemanha, Reino Unido, Bélgica, Espanha e Itália. Destes, os mais ricos da União, temos a Itália com 562 quilómetros de linha, a Bélgica com 120 quilómetros e o Reino Unido com 113 quilómetros. Destes três, a Itália tem programada a construção de mais 328 quilómetros a partir de 2008/2009 e a Bélgica tem programada a construção de mais 77 quilómetros. Estes são países que já iniciaram a entrada na RAVE há cerca de 10 anos, tirando o Reino Unido, e à excepção da França, nenhum iniciou a construção com uma dimensão tão significativa como a nossa. Para fazer algum paralelo com o nosso país, a Holanda, muito mais rica, vai começar este ano a entrada na RAVE e apenas tem projectados 120 quilómetros de rede.

Isto não é discurso do bota-abaixo, é apenas a revelação de alguns números que fazem cair por terra aquelas declarações catastróficas e quase alarmistas de que não podemos ficar para trás neste processo, que não podemos ficar isolados da Europa. Volto a repetir: em vinte e sete, apenas seis estão na RAVE e este ano entra mais um. Portugal será o oitavo e, depois de concluídas as linhas, se tudo correr conforme ao programa, seremos o quinto país com a maior rede. Temos uma economia tão poderosa assim?


"Pendolino, ou seja, precisamente aquilo que a CP já tem, e que dá 250 Km/h."

Precisamente. O problema Em Portugal é que a linha do Norte não permite optimizar o Pendolino. Ao que parece, em alguma curvas se vier um comboio em em sentido contrário e o Pendolino for acima de uma certa velocidade, a basculação da composição pode provocar um embate.
Ainda assim, bastaria afastar um pouco as duas vias nesses pontos, teoricamente.

Mas o que há que considerar numa ligação lisboa-porto são os ganhos práticos de tempo.
Se um TGV permitir tirar meia hora, ou mesmo uma hora, ao percurso, mas depois ficar numa estação periférica que precisa de 30 minutos de Metro ou Autocarro para chegar ao centro de Lisboa, é mesmo deitar dinheiro fora.

A ligação a Madrid parece-me mais interessante, mas num contexto de muito longo prazo. Eu sou céptico em relação à viabilidade futura do modelo actual de aviação comercial. Para viajar na europa, o comboio de alta velocidade poderá ser uma aposta melhor. Mas isto é completamente especulativo.
l.rodrigues a 18 de Junho de 2009 às 10:48

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