O governo prometeu construir até ao final do ano 400 lares e creches que, no total, criarão cerca de 10 000 postos de trabalho. De onde veio esta ideia, ninguém sabe. Desconfio que terá sido coisa do fim-de-semana prolongado - é óptimo para magicar ideias.
Sucintamente, o governo decidiu acrescentar ao já enorme, gigantesco programa de obras públicas, a criação de todos estes serviços. Não digo que não seja útil, principalmente para quem deles vai usufruir. Mas não é um pouco absurdo que se crie um programa desta dimensão para uns escassos seis meses, mesmo contando com os atrasos institucionais?
Bem sei que estas coisas interessam a muito poucos, mas gostaria imenso de ver este programa discutido seriamente, que o processo fosse transparente desde início, isto é, que informassem quanto custará a construção das infra-estruturas e qual será o encargo para os orçamentos de estado que se avizinham vindo de mais 10 000 funcionários públicos. José Sócrates quer brincar aos dons-joões-quintos, mas as megalomanias socráticas têm de ter limites.
[Na foto: estátua de D. João V, tirada do flickr.]