Tenho muita dificuldade em acreditar nas teorias da conspiração. Imaginar que em toda a imprensa há um movimento para manter Sócrates no poder é algo que me incomoda. Chamem-me ingénuo, mas não acredito. No entanto, não posso colocar de parte a possibilidade de alguns órgãos de comunicação social serem, como diz o Pacheco Pereira, situacionistas. O facto de ontem, na SIC, se ter apresentado aquela sondagem cheira mal. O facto de o pivot da RTP ter dito a determinada alura «longe de ser uma estrondosa derrota [para o PS]» cheira mal. O facto de quase ninguém ter falado do crescimento do CDS para além dos próprios cheira mal. Terem colocado o ênfase na disputa CDU-BE e não na PSD-PS cheira mal.
Felizmente, redimiram-se as televisões. Depois de nas presidenciais José Sócrates ter retirado a palavra a Manuel Alegre, foi Paulo Rangel, que ainda nem tinha começado a falar, que roubou a palavra ao magnânimo. Não sou de vinganças, mas soube bem.