A máfia da blogosfera
29
Mai 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 11:43link do post | comentar

O Miguel Madeira, citado pelo João Galamba, considera que, se se verificarem verdadeiras as teorias de que as nossas capacidades podem depender quase exclusivamente do "jogo de sorte e azar ocorrido na concepção", o Estado Social fica legitimado. Isto porque, claro está, se não se trata de mérito, não faz mal o Estado tirar a ricos para dar a pobres.

A isto chama-se ser falacioso e não temo a utilização do termo. Pensemos mais que dois segundos sobre esta questão. Imaginemos que a teoria está provada e que tudo funciona realmente como um jogo de sorte e azar. Por sorte, o Camilo nasceu esperto. Por azar, o António nasceu pouco esperto. Como tal, o Camilo safa-se e o António não. É mau, é triste, bem sei. Mas será que o Camilo pode ser responsabilizado e penalizado apenas porque o António não teve a mesma sorte que ele? A culpa é do Camilo? Não. Se a culpa não é do Camilo, qual é o direito do António de exigir que se roube o que o Camilo ganhou e se lhe dê?

Este raciocínio levado, ainda mais, ao absurdo iria permitir que a todas as pessoas do mundo ocidental fosse retirada toda a riqueza, pois tudo foi sorte por nascermos onde nascemos enquanto outros que nasceram em África ou na Ásia não tiveram sorte igual.

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"Ai votou, votou Stran. Não sou eu quem diz..."

Ai não votou, não... O que o partido NAZI teve foi mais votos que os outros, no entanto os outros partidos tinham no seu conjunto mais votos que os NAZI. Para a afirmação "a maioria votou no partido de Hitler" estar correcta ele teria de receber 50% dos votos +1 o que está muito longe da realidade (o Hitler teve muita dificuldade em formar depois um governo coligado maioritário). Parece um simples nuance mas tem um significado profundo e é uma lição histórica que não deveriamos ter esquecido. Se não o tivessemos sido talvez não teriamos sido tão complacentes co a Turquia nos ultimos anos...

"Neste momento vivemos na segunda."

Tal como na Alemanha eles acabaram por aceitar Hitler sem fazer nada, também em Portugal só nos podemos culpar a nós. Não é o sistema democrático que faz com que a democracia não seja exercido da melhor forma, mas sim nós próprios. Achas mesmo que os Dinamarqueses são um povo oprimido ou que o Estado na Dinamarca é "mestre"? A mim parece-me que na Dinamarca é "servo" o que contradiz a tua ligação artificialmente ligada entre forma de financiamento e este tema.

Aliás, para ser honesto não entendo o fascinio pelos USA enquanto modelo, consegues-me explicar?

Stran a 30 de Maio de 2009 às 11:29

Não tenho fascínio pelos EUA porque acabam por ter outras injustiças muito graves. Neste momento não há nenhum país do mundo que possa funcionar verdadeiramente como um modelo.

Quanto à maioria. Stran, percebeste bem o alcance da coisa. O Guterres também não teve maioria absoluta e governou...

Julgo que os escandinavos são um optimo modelo. Embora como é obvio não existão modelo perfeitos ou modelos que sejam totalmente transponíveis para outros países.

Quanto à questão da maioria, o correcto dizer-se é que a maioria não era a favor dos Nazis. A tua afirmação acaba por criar um certo misticismo à volta de hitler. Quanto à questão do financiamento do estado não existe nenhum atentado a um direito de uma democracia liberal...
Stran a 30 de Maio de 2009 às 16:49

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