Tenho dedicado algum tempo à União Europeia: àquilo que lhe aponto como falhas e àquilo que lhe aponto como coisas boas. Chega a altura de explicitar qual o modelo que defendo. O modelo que pessoalmente defendo é pior para o meu país num curto/médio prazo, estou já a advertir. Defendo um modelo semelhante ao da já quase extinta EFTA ou da NAFTA. Estes dois sistemas consistem apenas e tão-só em acordos entre os países para o levantamento de barreiras ao comércio entre si. Não há pautas aduaneiras fixadas para o exterior, não há políticas comuns, não há interferência de uns países na gestão dos outros países, nada disso. Simplesmente funcionam como um mercado único, onde não há qualquer tipo de barreira ao comércio. Portugal já fez parte da EFTA: entrou em 1961, quando Salazar ainda governava - não pôde entrar para a UE por não ser uma democracia. É verdade que não havia propriamente dinheiro a cair do céu, feito maná, para construir pontes e estradas. Mas é também verdade que um modelo como esse é muito benéfico para a economia: submete o país à concorrência de agentes estrangeiros, o que estimula uma melhoria do tecido empresarial português, mas não submete o país às decisões políticas de outros países. Há uma verdadeira gestão democrática - já repararam que a grande maioria da nossa legislação vem de um parlamento no qual em mais de 700 deputados apenas 22 são portugueses? - e muito, muito saudável para o crescimento económico, sem injecções artificiais tantas vezes mandadas ao lixo. Olhe-se para a NAFTA e veja-se o que por lá se vai criando.