Em tempos de discussão sobre Europa, sobre a Turquia, sobre o Federalismo, julgo pertinente voltar a uma ideia que já defendi antes.
Considero, sempre considerei, que a integração europeia foi positiva, principalmente no contexto em que ocorreu. A criação de uma comunidade de países que trabalhavam em conjunto para reconstruir um continente devastado, assentando todo o processo num ideal de paz que nos levou ao mais longo período pacífico da História do continente. No entanto, considero que esta UE para que se caminha não é uma boa solução.
Há erros que lhe aponto, demasiados para um texto só, o que me levará a voltar ao tema, e que são para mim gravíssimos. Hoje vou debruçar-me sobre a PAC.
A PAC, que surgiu num contexto também ele muito específico, de verdadeira carência de produtos agrícolas, não faz sentido na actualidade. A União Europeia não pode continuar a financiar, a subsidiar com milhões de euros um sector que não é rentável apenas por puro proteccionismo. Alocamos recursos preciosos para um sector que não nos traz ganhos, quando esses recursos seriam naturalmente destinados, dado o tipo de economia que é a europeia, para sectores de elevado valor acrescentado. Ou seja, estamos a ter um desenvolvimento menos acelerado do que aquele que teríamos caso não houvesse PAC. Poderá dizer-se, ou melhor, diz-se que acabar com a PAC levaria a que ficássemos numa situação instável. Nada mais absurdo. Em primeiro lugar, é perfeitamente possível a constituição de acordos bilaterais com países cuja economia se centra essencialmente no sector primário: nós pagaríamos menos, eles ganhariam mais - levaria a que todos tivessem ganhos. Em segundo lugar, mesmo que se entrasse numa situação complicada, mesmo a nível diplomático, seria sempre possível uma política de emergência - até porque a agricultura não iria acabar caso a PAC acabasse - que nos levasse a produzir mais: como aconteceu nos primeiros anos da política comum, nos quais a produção triplicou e ficámos com excedentes incomportáveis de produtos agrícolas. Generalizo isto a todo o tipo de financiamento e subsídios a actividades económicas que venham da União Europeia. É mau para nós, é mau para o mundo.