Ontem, curioso, assisti ao debate a treze da RTP. Com Fátima Campos Ferreira, essa senhora da comunicação, a moderar, os treze cabeças-de-lista às Europeias apresentaram as suas propostas. Agora percebo que foi uma perda de tempo.
Oito dos treze candidatos estiveram no programa a fazer figura de corpo presente, por descarga de consciência do direcção da RTP, certamente. Digo isto porque, e quem prestou atenção compreendeu, a maior parte do tempo foi gasto pelos cinco parlamentares e aos outros foi dada, aqui e ali, a oportunidade de dizer qualquer coisinha.
Ainda assim, foi possível espremer algum sumo. A shô dona Carmelinda, muito convicta do que dizia, perguntava, como se não fosse óbvio, porque é que não se nacionaliza a banca?, porque é que não se proíbem os despedimentos?. Coitadinha. O Miguel Portas ficou gelado quando, depois de mandar a boca da renovação total da lista do PSD, Paulo Rangel lhe respondeu que a renovação era um princípio básico de ética republicana que nem todos os partidos respeitam. Vital Moreira meteu os pés pelas mãos na questão da Elisa Ferreira e Ana Gomes, mostrou mais uma vez a desonestidade intelectual que possui e caiu no ridículo quando afirmou que a gestão do QREN por parte do governo foi excelente. Nuno Melo foi, novamente, o melhor em debate, não há nada a fazer. A Laurinda Alves esteve um pouco apagada e o discurso espiritual é muito Obama, no entanto, soube encaminhar o debate em determinadas alturas, principalmente quando estavam a discutir a questão dos impostos, matéria que não é da responsabilidade do PE.
Foi um mau programa, não permitiu a ninguém uma verdadeira exposição dos argumentos. Era mil vezes mais produtivo a realização de entrevistas individuais a isto.