A máfia da blogosfera
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Mai 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 09:09link do post | comentar

Ontem, curioso, assisti ao debate a treze da RTP. Com Fátima Campos Ferreira, essa senhora da comunicação, a moderar, os treze cabeças-de-lista às Europeias apresentaram as suas propostas. Agora percebo que foi uma perda de tempo.

Oito dos treze candidatos estiveram no programa a fazer figura de corpo presente, por descarga de consciência do direcção da RTP, certamente. Digo isto porque, e quem prestou atenção compreendeu, a maior parte do tempo foi gasto pelos cinco parlamentares e aos outros foi dada, aqui e ali, a oportunidade de dizer qualquer coisinha.

Ainda assim, foi possível espremer algum sumo. A shô dona Carmelinda, muito convicta do que dizia, perguntava, como se não fosse óbvio, porque é que não se nacionaliza a banca?, porque é que não se proíbem os despedimentos?. Coitadinha. O Miguel Portas ficou gelado quando, depois de mandar a boca da renovação total da lista do PSD, Paulo Rangel lhe respondeu que a renovação era um princípio básico de ética republicana que nem todos os partidos respeitam. Vital Moreira meteu os pés pelas mãos na questão da Elisa Ferreira e Ana Gomes, mostrou mais uma vez a desonestidade intelectual que possui e caiu no ridículo quando afirmou que a gestão do QREN por parte do governo foi excelente. Nuno Melo foi, novamente, o melhor em debate, não há nada a fazer. A Laurinda Alves esteve um pouco apagada e o discurso espiritual é muito Obama, no entanto, soube encaminhar o debate em determinadas alturas, principalmente quando estavam a discutir a questão dos impostos, matéria que não é da responsabilidade do PE.

Foi um mau programa, não permitiu a ninguém uma verdadeira exposição dos argumentos. Era mil vezes mais produtivo a realização de entrevistas individuais a isto.


Bem, como escrevi no meu blogue até achei positivo. Como é natural nunca existe grande esclarecimento sobre o assunto em debate e seria irrelevante qual o modelo que se criasse para esse objectivo. Ao menos este permitiu uma visibilidade aos pequenos partidos que de outra forma não teriam.

Só uma duvida: achas que é necessários diminuir a posição de uma pessoa só porque não se concorda com ela? Falo da Carmelinda obviamente. Além de que a posição dela teve o condão de indirectamente falar-se de um tema que está negligenciado em Portugal que é os custos-base da actividade económica. Fala-se muito dos trabalhadores e dos custos salariais, mas estes apenas representam menos de 20% do PIB (julgo que são 13% mas não tenho a certeza).

Quanto à questão da produtividade relativamente a entrevistas, julgo que não. Assim com um recurso limitado (o tempo) e num formato concorrencial (o debate) conseguimos aferir qual a escolhas de cada um sobre o que consideram relevante...
Stran a 12 de Maio de 2009 às 12:46

Stran,

Não se trata diminuir uma pessoa que pensa diferente e se passei isso com a graça não era intenção. Discordo do Miguel Portas e acho que eele tem um discurso muito coerente, valha-lhe isso.

A questão da Carmelinda é que ela propõe uma ilusão: proibir os despedimentos e as falências. Porque é que, de rompante, não proibimos as doenças e as mortes?

Vou criar um partido, o seu manifesto vai ser uma cópia do Intermitências da Morte.

Antes demais cria lá o teu partido que eu subscrevo-o :)

Quanto à questão da carmelinda tens de ver que ela defende uma estrutura de sociedade que permite que o que ela defende não seja uma ilusão (ao contrário da morte ou das doenças). No entanto e historicamente tudo aponta que tal estrutura não é melhor do que a que existe actualmente, aliás atrevo-me a dizer que é bem pior...
Stran a 13 de Maio de 2009 às 12:43

portanto, acho que não perdi grande coisa. certo?
Daniel João Santos a 12 de Maio de 2009 às 22:27

Não foi propriamente uma desgraça não veres, não nego.

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