Sssht! Calem-se!, era o que eu dizia às pessoas que pareciam não saber onde estavam quando começavam a conversar e a rir alto, qual pagode, enquanto tentava ouvir e observar o Felizmente há Luar! em toda a sua plenitude. Que a peça é excelente, tanto quanto o seu pai Luís de Sttau Monteiro, é, mas sem interpretação não passa de um amontoado de palavras num papel que antes estava em branco. Foi magnífico. A Matilde, aquela que a seguir ao Gomes Freire que nunca aparece é a personagem da peça, foi interpretada pela Maria do Céu Guerra, uma das grandes senhoras da nossa praça. Enfim, tremi, lacrimejei, revoltei-me, que diabo!, senti pena e ri, soltei até uma ou duas gargalhadas indisfarçáveis. E, mais do que tudo isso, que o bom velho Luís queria isso mas não só, pensei. Pensei em cada frase. No Manuel, aquele lúcido plebeu que se via de asas cortadas, na pobre Matilde, na história que poderia ser contada hoje, tirasse-se a fogueira e a forca, e em tudo. Fixei frases, que mudadas ou estáticas me ressoarão na cabeça sempre que vierem a propósito