É perfeitamente aceitável que uma sociedade imponha que os seus jovens tenham um determinado grau de educação. Os jovens não são independentes, as suas vidas dependem da vontade das suas famílias e se existe um consenso quanto à importância dos estudos, então todos os jovens devem tê-los, tal como têm alimentação.
No entanto, considero o alargamento do ensino obrigatório para os 18 anos extremamente incoerente. No nosso país, a partir dos 16 anos é possível trabalhar e ser responsabilizado pelos actos cometidos. Ora, o grau de responsabilização que a sociedade dá a um jovem de 16 anos é incompatível com este paternalismo que exige que esse mesmo jovem tenha de estudar. Das duas, uma: ou bem que consideramos que os jovens são irresponsáveis até aos 18 anos e ilegalizamos o trabalho abaixo desta idade e deixamos de os poder responsabilizar pelos actos cometidos, ou tomamos consciência que com 16 anos um jovem já pode, aliás deve, ter um grau de responsabilidade suficiente para que, juntamente com as famílias e a escola, possa decidir quanto à escolaridade que quer ter. Doutores à força não desenvolvem um país. No máximo dão maus primeiros-ministros.