A máfia da blogosfera
20
Abr 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 19:30link do post | comentar

Há leis tontas, absurdas, inimagináveis se o Parlamento fosse composto por gente com dois dedos de testa. Uma dessas leis é a da paridade. Não é maxismo, até porque não sou maxista. Sou contra esta lei pelo simples facto que esta impõe aos partidos que coloquem a eleição uma percentagem mínima de mulheres, mesmo que as mulheres não sejam as mais competentes, mesmo que isso possa colocar em causa os resultados dos partidos. É uma lei sexista e discriminadora. Lá por ser positiva, a discriminação não deixa de o ser.

No entanto, e como diziam os romanos, dura lex, sed lex - "a lei é dura, mas ainda assim é lei" e como tal tem de ser cumprida. É por isto ridículo, para não dizer pior, que Alberto João Jardim venha exigir que, caso sejam eleitas, duas candidatas do PSD renunciem ao cargo para que o seu escolhido vá para Estrasburgo, contornando assim a lei da paridade. Mais absurdo ainda é o facto de serem já públicas negociações nesse sentido.

Permitam-me apenas esticar um pouco mais o post para dizer que é igualmente ridículo que o PS venha pedir esclarecimentos ao PSD quando na sua lista figuram duas mulheres que são também candidatas a autarquias e tornaram público que optariam sempre pelos municípios em caso de ganharem nas duas eleições. Ética na política? Não, só moralismo portuguesinho.


Ou seja uma cultura de discriminação que nós deixamos perpetuar.

"Os avanços nos últimos anos foram extraordinários..."

Eu não considero nada extraordinário. Olho para o tempo que sou vivo (que é apenas 30 anos) e nada de substancial mudou na cultura portuguesa.

E neste caso, ao contrário do que afirmas, eu não vejo o problema de homem vs mulher. O que eu vejo é que uma minoria da população tem uma actitude discriminatória (com todos os problemas que isso gera num ser humano) para com uma maioria. Sendo o poder detido pela minoria, deveremos criar condições para que isso se altere ou devemos assistir passivamente que algo aconteça?

Esta lei é o passar do passivo, para o activo. E isto não é um problema das "mulheres" e que elas é que devem de resolve-lo, isto é um problema da nossa sociedade.

"É com as mulheres a provar que valem tanto como os homens que poderá mudar algo e não assim."

Como é que provam se não lhes é permitido provar?
Stran a 21 de Abril de 2009 às 12:09

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