A máfia da blogosfera
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Abr 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 10:49link do post | comentar

If you pay people to be poor, you'll never run out of poor people, por Daniel Hannan

 

«(...)Poverty is not simply an absence of money. Rather, it is bound up with a whole set of other circumstances: lack of qualifications, demoralisation, family break-up, substance abuse, fatherlessness. It follows that you do not end poverty by giving money to the poor: a theory that British welfarism has amply demonstrated over 60 years. Only when you tackle poverty holistically will you facilitate meaningful improvement.(...)»


Reconfortante, Tiago, se me permites a ironia.

A única coisa que me faz pobre, interrompendo um percurso diverso, é a falta de dinheiro depois de, no concurso docente 2008/2009 ter ficado a saber pelo meu sindicato que os serviços do Estado falharam unilateralmente para comigo sem margem para dúvidas. Um ano de desemprego somado a outro ano de desemprego por razões similares.

Portanto, após mais de doze anos no ensino e com uma situação de desemprego recente, reiterada, induzida e negligente, a minha pobreza é uma só coisa e não várias.

Acresce a tudo isto o facto de, estando desempregado, com a mulher desempregada e com duas filhas bebés, ter passado estes dois anos a receber como subsídio de desemprego a sensibilidade social de 271 euros pois não há cruzamento de dados quando é para fazer justiça e proteger famílias: so my demoralisation comes from my notion of unfairness. Fighting back is my only substance as I run against all abuse and this urge of insurrection.

You gotta understand this plainly.
PALAVROSSAVRVS REX a 20 de Abril de 2009 às 16:51

Caro Joaquim,

Já num sítio qualquer, julgo que aqui, me tinha falado da sua situação. Compreendo que seja uma situação difícil, mas o que o autor do texto, ao que me parece, quis não foi falar de uma situação de "novo pobre", como a sua. Julgo que se referia às famílias de pobreza cíclica, que não saem da situação. E julgo que utiliza um argumento já do senso comum "não lhe dês peixe, ensina-o a pescar".

Pode não acreditar, mas percebo o sentimento de injustiça que há, nomeadamente na Educação, área que me é cara (houvesse justiça e muitos professores actuais dariam lugar a outros bem melhores).

No entanto, e tento sempre esquecer-me de casos particulares para poder ter uma visão um pouco mais limpa (o pathos corrompe-nos, o ethos é duvidoso, apenas o logos tem valor). E não posso deixar de dar alguma razão ao Daniel Hannan naquilo que ele escreveu.

Grande abraço

Compreendo, caríssimo Tiago.

Já quanto ao pathos, ao ethos e ao logos, aparentemente o último é o mais nobre e buscado, mas mercê do meu unitarismo bíblico-escriturístico acredito no Logos proveniente de um Ontos. Logos Incarnado com a vulnerabilidade do Seu Pathos na mais perfeita expressão de um Ethos. Há qualquer coisa que conjunta e unitariza o nossa Razão-Ético-Passional. O Afecto não nos faz tendenciosos. Faz-nos tolerantes, desdobráveis na dor alheia e por isso mesmo mais humanos.

Em suma, gosto da tua limpidez de Filósofo e de como te agigantas perante anões éticos (que via-sacra a tua entre aqueles minorcas reactivos e rupturantes no CF só por seres afirmativo de um ponto de vista bem demonstrado!!!) e gosto dentro da minha natureza de um Logos Emocional.

Joaquim,

Não sei porquê, sempre que leio um comentário seu fico com a sensação que é mais aquilo que, lendo, não leio do que aquilo que leio propriamente.
Terá alguma razão em relação ao facto de o afecto nos tornar mais humanos. Às vezes tendo a ser demasiado próximo ao Fernando Pessoa na sua dor de pensar.

Obrigado pelo elogio final. Não faz ideia o bem que sabe receber elogios tamanhos de gente que de mim só conhece as palavras que escrevo. Apesar de tudo, gosto bastante de por lá andar, no CF. Os 'colegas', pelo menos os que conheço, são boa gente e permite-me debates bem interessantes. Às vezes.

Grande abraço :-)

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