A máfia da blogosfera
17
Abr 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 10:34link do post | comentar

 

O motivo que me leva a ser contra as off-shores é muito simples. Se uma empresa tem os proveitos de pertencer a um Estado, vendo-se protegida pela lei, justiça e segurança, qual é o fundamento para que lhe seja permitido não dar as contra-partidas?

A questão é verdadeiramente profunda a meu ver. Não me interessa para a análise as consequências práticas da existência de off-shores (as lavagens de dinheiro, por exemplo), interessa sim analisar o próprio princípio de um paraíso fiscal. Toda a lógica do funcionamento do Estado, o contrato social, assenta numa relação muito simples: o indivíduo tem proveitos e em troca tem de dar contra-partidas. Existe maior segurança, não se verificando o hobbesiano espectáculo de horror do Estado de Natureza, e essa segurança tem de ser paga, tem de ser financiada por alguém. Ora, se todos dela beneficiam, fará sentido que a alguns seja permitido não contribuir, usufruindo do mesmo modo? A menos que todos concordem em “oferecer” estes benefícios à pequena franja que neste momento não os paga, não. Parece-me mais que óbvio que nem todos estão dispostos a tal.

 

Na imagem: Gibraltar, um paraíso fiscal.


Bravo. Sinceramente.

Agora é só aplicar a mesma lógica noutros aspectos da sociedade, e vai ver que concordamos muito mais do que parece.
l.rodrigues a 17 de Abril de 2009 às 12:54

Nas palavras do outro senhor, olhe que não, olhe que não...

Isto tem mais por trás. Um dia hei-de escrever sobre o assunto.

Cumprimentos

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