O novo Estatuto da Carreira Docente, apresentado como uma verdadeira revolução no sistema de ensino nacional, é, manifestamente, um fracasso. A separação entre titulares e não titulares utilizando como base tudo menos a qualidade das aulas é um absurdo. Maior absurdo ainda se atentarmos ao facto de serem os titulares quem “avalia” os restantes professores. Ainda assim, admitir o erro foi sempre algo a descartar e desfazer o mal seria uma derrota política. Agora, que a questão saiu das televisões e já ninguém se lembra sequer que há escolas neste país, o Ministério, pela boca do secretário de Estado adjunto, vem ceder, deixando cair os pilares principais da reforma, alegadamente em troca de uma calmia nas ruas que já existe. A estratégia é óbvia. As eleições estão próximas e não se pode abdicar, agora que se vê por essa Europa fora a Esquerda a cair, de algumas centenas de milhar de votos. Já o povo diz “com papas e bolos se enganam os tolos”. Veremos se o charme colhe e se o adágio se confirma.