Quando Barack Obama surgiu, declarando-se candidato a Presidente dos Estados Unidos o mundo ficou vidrado. Um negro, de uma retórica exímia e uma capacidade de mobilização, muito provavelmente, sem precedentes iria liderar o mundo numa mudança, o seu lema. Era o messias, o salvador: aquele que ia pôr termo ao que tinha sido uma década de mal estar global e nos ia conduzir à Era Dourada, fosse isso o que fosse.
Agora a virgem perdeu o encanto. Mesmo eu, que nunca fui de delirar com os discursos que a outros levavam ao rubro, quando vejo o quadragésimo quarto Presidente dos Estados Unidos em funções, numa secretária e não num púlpito, sinto que não vejo a mesma pessoa. A verdade é que Barack Obama tem (tinha?) um projecto bastante romântico, lindo de se ouvir: uma sociedade justa e igual em oportunidades na América, uma sociedade como todos queremos em todas as partes do mundo. No entanto, e a meu ver sinceramente, isso é tudo o que ele tem: uma vontade. E isso meus amigos, isso só não chega.