Quando há um ano Raúl Castro veio substituir o irmão, o eterno Fidel, que pela doença teve de se retirar, todos julgaram que seria um fraco líder e uma marioneta do irmão. Um ano volvido e as mudanças começam a ser assinaláveis: já podem comprar microondas - pequenos passos que os levarão a algum lado, talvez.
Fora de brincadeiras, o que me leva a escrever este post é a mudança efectiva que Raúl Castro está a fazer no topo da hierarquia cubana. A pretexto de uma restruturação do governo de maneira a torná-lo mais funcional, o novo líder cubano afastou dois dos que poderiam ser os seus mais difíceis adversários: Felipe Pérez Roque e Carlos Lage. O primeiro foi afastado da chefia da Diplomacia e ao segundo foi retirado o cargo de Secretário do Conselho de Ministros.
Aliado a esta mudança cujo propósito é, sem sombra para dúvidas, a perpetuação de Raúl Castro na cadeira do poder, assiste-se a um reforço assinalável na influência dos militares. Com a crise internacional, que obviamente afecta a Cuba já embargada, o medo das movimentações populares começa a instalar-se, e não queremos que os militares nos faltem quando for preciso.
Raúl Castro tomou, definitivamente, o gosto ao poder e tal como o seu irmão, só o deixará se não tiver outra alternativa.