Portugal ao longo do processo de descolonização não demonstrou o mínimo respeito pelos povos das suas colónias. Sobre isto, ponto final. As ex-colónias viram-se obrigadas a tomar nas mãos um destino desconhecido, árduo, sangrento, explorador e neo-coloniatista.
Em Angola, ao longo dos anos resvalou-se para a luta armada e para o morticínio durante anos. Liquidaram-se líderes polítcos e implantou-se uma ditadura.
Em Moçambique, idem, idem, aspas, aspas.
Em Timor-Leste entregou-se o território à Indonésia até ao momento em que os exploradores de petróleo e gás natural precisaram de mudar de agulhas. Inventou-se uma independência que tem servido essencialmente para tumultos constantes, degradação no tecido social e atentados às figuras gratas do regime como Xanana Gusmão, Ramos Horta e Mari Alkatiri.
Na Guiné-Bissau, desde que Nino Vieira mandou liquidar Amílcar Cabral, que a paz tem sido de tal forma podre, que o país tem mudado de chefe de Estado tal como na Casa Branca, em Washington, se muda de cão... Esta madrugada, mataram Nino Vieira. Ele sabia que seria morto. Na União Africana sabiam que, mais tarde ou mais cedo, seria liquidado. Na ONU havia o conhecimento de que os seus dias estavam contados. Em Portugal, Cavaco Silva, José Sócrates Luís Amado e Valentim Loureiro sabiam perfeitamente que na Guiné-Bissau reinava a desbunda, através do poder do narcotráfico. Sabiam que a influência portuguesa na vida guineense tinha desaparecido em troca por "dádivas" francesas. Sabiam e sabem que a CPLP é uma mentira redondamente delineada ao sabor de uma diplomacia de croquete.
Por estas razões, é que repudio vivamente as lágrimas de crocodilo que Cavaco Silva e José Sócrates acabam de verter ao lamentarem "profundamente" os acontecimentos registados em Bissau. É tudo tão falso, porque a verdade está apenas em sabermos que os crocodilos não choram... só atacam.