Nos anos 50 do século passado, numa ilhota das Caraíbas, um grupo de homens, entre os quais se destacavam Fidel Castro e Che Guevara, quiseram dar início àquilo que chamaram revolução.
Mais de 50 anos depois, na mesma região do mundo, Hugo Chávez concretiza o seu desejo de perpetuar a sua revolução, levando a referendo a alteração constitucional que lhe permite manter-se no poder indefinidamente. Depois de ter perdido no último referendo graças aos esforços dos jovens fartos do regime, Chávez não deu hipótese e o único resultado possível foi o "Sim", mesmo quando pessoas queriam votar não, a máquina impunha a sua vontade.
A revolução, a mudança, a esperança, levam multidões a entregar os seus destinos e os destinos de quem a seguir vier nas mãos de escumalha como esta. O discurso manipulatório e sensacionalista, que pega nas mais evidentes fragilidades de cada um e as explora até à exaustão continua a ser o mais directo caminho para assumir as cadeiras do poder. Já na antiga democracia grega os sofistas o faziam. Mais de dois mil anos depois, tudo está igual. Ontem, hoje e sempre. Viva la Revolutión.