Oiço por aqui e por ali discussões sobre o quinto canal. Se é preciso, se devia avançar ou não. E quando oiço isto apercebo-me do absurdo a que chegamos. Por que raio é que é preciso haver restrições à priori à entrada de mais um concorrente num mercado? Porque é que eu só posso criar um canal em sinal aberto se me derem vaga?
Temos quatro canais, sendo que apenas três se podem considerar como tal, porque o quarto (neste caso, o segundo) é um buraquinho para onde o Estado manda dinheiro sem fundamento nenhum. O mercado do audio-visual gera riqueza de uma forma absurda, é um El Dorado para os investidores e o Estado bloqueia a entrada. O que é que isto faz? Menos diversidade na oferta, menos concorrência (o que diminui a qualidade) e perpetua um desequilíbrio, porque se a criação de canais fosse livre, a existência de muitos já teria levado, há muito, a uma normalização e os donos das estações não seriam milionários.