A máfia da blogosfera
16
Jan 09
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 20:47link do post | comentar

Num quadro de crise como a actual, em princípio, e se não houvesse a intervenção absurda dos bancos centrais a baixar artificialmente o custo do dinheiro, estaríamos com uma crise de crédito. O dinheiro seria mais caro devido ao risco e, por isso, tanto a procura como a oferta de empréstimos bancários baixaria. Não acontece. No entanto, como os governos social-democratas têm de ganhar com as crises, fingimos que isso está a acontecer. Vamos então imaginar que acontece, portanto. O que é que um governo poderia fazer?

A primeira coisa que nos vem à cabeça é investimento. O New Deal deixou marcas e existe actualmente o "dogma" que as crises só se resolvem com investimento público - para "estimular a economia". O problema é que o investimento público não é propriamente recomendável por uma série de motivos:

 

1. Apenas estimula directamente uma parte da economia (normalmente, o sector da Construção), sendo os ganhos indirectos dos restantes sectores meras projecções;

2. Envolve sempre quantias astronómicas, o que coloca o país endividado e endivida também as gerações futuras;

3. Como parte da decisão de um grupo restrito de pessoas a aplicação de tão grandes quantias, corremos o risco de as decisões não serem as melhores (quanto aos investimentos portugueses, há dúvidas) e, caso estejam efectivamente erradas, não há nada a fazer depois do mal feito.

4. Uma maior intervenção do Estado na economia, o que é francamente prejudicial para o mercado.

 

A outra forma de estimular a economia é a diminuição da carga tributária. Baixar impostos. Ao contrário do investimento público, a diminuição dos impostos traz benefícios a vários níveis:

 

1. Aumento do consumo, coisa que o investimento público não traz.

2. Permite às famílias escolher onde aplicar o seu dinheiro, sendo à mesma possível a ocorrência de erros na aplicação do rendimento, mas, dada a diminuta fatia que é um rendimento familiar no total global, esses erros não teriam o mesmo impacto que um erro num investimento público.

3. O Estado não aumenta a sua intervenção na economia, ficando a cargo dos indivíduos a aplicação do rendimento. Há mais democracia nessa aplicação.

 

É por estes motivos (e por outros que estes ou estes amigos frequentemente enunciam) que defendo uma acentuada diminuição de impostos. E se o objectivo é estimular a economia, sugeria que o ponto de partida fosse a baixa do IVA e do ISP, dois dos grandes responsáveis pela assimetria ibérica no que respeita ao Investimento Directo.


Concordo que investimentos megalómanos que não trazem rendimento rápido e que servem para aumentar a dívida pública e o futuro dos portugueses contribuintes, servem apenas para dar trabalho a uns quantos trabalhadores da construção, maioritariamente imigrantes, e lucros às empresas contratadas, com eventual aumento da corrupção.
O corte nos impostos das empresas seria mais estimulante da evolução da economia e, durante uns tempos talvez fosse conveniente um maior controlo da economia, para evitar que o consumidor compre produtos por preços várias vezes mais caros do que na produção Um produto vendido em saldo com desconto de 70% representa que, antes do saldo, estava a ser vendido pelo triplo do preço porque foi comprado, o que é imoral.
E muitas vezes, o consumidor não tem alternativa.
Cumprimentos, bom fim-de-semana
A. João Soares (http://www.domirante.blogspot.com/)
A. João Soares a 17 de Janeiro de 2009 às 07:22

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