A máfia da blogosfera
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Dez 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 15:31link do post | comentar
Sebastianismo. Palavra curiosa esta. Em tempos quis referir-se a apoiantes de Dom Sebastião, rei de Portugal desaparecido em Alcácer Quibir. Poderíamos considerar os sebastianistas defensores de uma qualquer ideologia, paradigma político, isto se algum houvesse ligado a este monarca. Sebastianismo passou, portanto, a ter uma conotação diferente, passou a significar messianismo, à portuguesa. Mas não a de um messias por vir, não. A de um messias desaparecido, que não conseguiu, graças à maldita Fortuna, colocar em prática tudo aquilo que se imaginaria que poria em prática e que nos levaria à utopia.
É este sentimento de messias perdido que grassa no nosso Portugal quando se fala em Sá Carneiro. Falecido há precisamente 28 anos atrás, este líder da direita deixou para sempre uma tristeza e uma saudade apenas suplantadas pelo pensamento de que, com ele, tudo teria sido diferentes, teríamos um país diferente, uma democracia diferente, uma sociedade e uma cultura diferentes: seríamos um país à Sá Carneiro.
Francamente, não sei se assim é. Não sei se Sá Carneiro transformaria o país, mas há uma coisa que sei: a morte de alguém, principalmente quando o que provocou essa morte não é evidente, é de lamentar, tenha desaparecido um messias ou um vagabundo, e, por isso, lamento. Lamento profundamente não ter tido a oportunidade de ter experimentado esse país à Sá Carneiro. Profundamente. Que descanse em paz.

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