A máfia da blogosfera
14
Out 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 17:17link do post | comentar
Sempre achei que os estudantes, principalmente aqueles que estão no básico e no secundário, são cidadãos sem voz. Por falta de vontade e de capacidade, não lutam muitas vezes pelos seus direitos e como a maioria dos pais estam alheados daquilo que são as coisas "internas" das escolas, estes jovens acabam por "comer o que lhes dão". Existe uma federação nacional de alunos que nem se ouviu na questão do Estatuto do Aluno e a maior defesa dos alunos nesta questão foi feita pelos próprios professores que em tudo isto só teriam a complicação de fazer um teste, no meio das dezenas de testes que têm de fazer durante o ano. Não pode ser.
O novo estatuto do aluno é simplesmente inaceitável na questão das faltas. Um aluno que esteja em casa doente tem faltas iguais às de um aluno que esteja na rua a roubar. Não existe pura e simplesmente qualquer tipo de distinção. Um aluno que tenha sido operado a uma qualquer coisa e tenha de ficar um mês a recuperar fica em excesso grave de faltas e em risco de chumbar o ano. Absurdo. Nem os trabalhadores têm situação igual, dado que em determinadas situações como doença ou nojo têm as faltas justificadas e os dias de trabalho pagos. A situação piora pelo facto de estarmos a falar de crianças e jovens. Qual é a ideia com que um jovem vai ficar se simplesmente o chumbarem por ter sido atropelado? Injustiça é eufemismo. Um jovem que supostamente se quer protegido pelo estado e pela família vai sentir que se estão nas tintas para ele, o que irá, muito provavelmente, alimentar sentimentos de revolta em relação ao establishment. Apesar de achar que a ideia faz algum sentido na base, isto é, um aluno passa se souber, nem tudo é linear e às vezes boas intenções dão merda.

Caro Fernando,

A questão é exactamente esta: é que não se trata de uma avaliação da escola. Quando o aluno falta seja por que motivo for, a falta é marcada. Até agora, um aluno que tivesse um acidente e fosse internado um mês, teria um mês de faltas justificadas: perderia a matéria, mas não tinha de fazer nenhum exame extraordinário, tinha apenas de recuperar e fazer as avaliações de todos os outros. Hoje, um aluno que esteja internado um mês têm o mesmo tratamento que um aluno que seja suspenso 10 dias: exame extraordinário: se chumbar no exame, chumba o ano. É inaceitável.
Tiago Moreira Ramalho a 15 de Outubro de 2008 às 19:20

arquivo do blogue
2009:

 J F M A M J J A S O N D


2008:

 J F M A M J J A S O N D


pesquisar