
«Governo lamenta ter ficado sozinho a lutar pela avaliação dos professores» (Público, 19.XII.2008)
Isto é uma manchete que deveria ficar para a posteridade, na base de uma estátua a José Sócrates, que provavelmente estará edificada no jardim pessoal do primeiro-ministro.
A falta de honestidade intelectual do primeiro-ministro ainda me consegue impressionar.
Agora que se apercebeu que a avaliação entrou num ponto em que a única saída é a cedência, decidiu fazer-se de vítima (perdoe-me sua Excelência a expressão) e dizer que tem pena que mais ninguém neste preguiçoso Portugal queira um ensino de qualidade, com avaliação de professores. Quando sair de S. Bento, José Sócrates deveria dedicar-se a escrever livros de Política para Totós, que estas capacidades de virar o discurso a seu favor são raras e têm de ser transmitidas. Eu também defendo uma avaliação de professores, aliás, sempre defendi: acho absurdo que não haja um critério baseado no mérito para decidir quem é e quem não é colocado. O que eu não concordo é que um professor de Filosofia seja avaliado por um professor de Educação Física, ou que um professor com menores qualificações avalie outro com qualificação superior. Também considero absurdo que sejam os professores titulares a fazer a avaliação da qualidade de docência dos colegas, quando os motivos que os levaram a tal cargo foram todos menos a qualidade do ensino (para ser titular, o professor andou a sentar o sapiente rabinho à volta de grandes mesas a fazer reuniões morosas sobre Orçamentos, sobre Planos de Actividades e tudo mais). Acho mal que as notas dos professores se baseiem nas notas dos alunos, sem ter como referência algo sólido (como um Exame Nacional). Enfim, é todo um conjunto de motivos que me faz, não sendo professor, estar ao lado dos professores nesta matéria particularmente delicada.
Agora que se apercebeu que a avaliação entrou num ponto em que a única saída é a cedência, decidiu fazer-se de vítima (perdoe-me sua Excelência a expressão) e dizer que tem pena que mais ninguém neste preguiçoso Portugal queira um ensino de qualidade, com avaliação de professores. Quando sair de S. Bento, José Sócrates deveria dedicar-se a escrever livros de Política para Totós, que estas capacidades de virar o discurso a seu favor são raras e têm de ser transmitidas. Eu também defendo uma avaliação de professores, aliás, sempre defendi: acho absurdo que não haja um critério baseado no mérito para decidir quem é e quem não é colocado. O que eu não concordo é que um professor de Filosofia seja avaliado por um professor de Educação Física, ou que um professor com menores qualificações avalie outro com qualificação superior. Também considero absurdo que sejam os professores titulares a fazer a avaliação da qualidade de docência dos colegas, quando os motivos que os levaram a tal cargo foram todos menos a qualidade do ensino (para ser titular, o professor andou a sentar o sapiente rabinho à volta de grandes mesas a fazer reuniões morosas sobre Orçamentos, sobre Planos de Actividades e tudo mais). Acho mal que as notas dos professores se baseiem nas notas dos alunos, sem ter como referência algo sólido (como um Exame Nacional). Enfim, é todo um conjunto de motivos que me faz, não sendo professor, estar ao lado dos professores nesta matéria particularmente delicada.