A máfia da blogosfera
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Dez 08
publicado por Tiago Moreira Ramalho, às 23:55link do post | comentar

Isto é uma manchete que deveria ficar para a posteridade, na base de uma estátua a José Sócrates, que provavelmente estará edificada no jardim pessoal do primeiro-ministro.

A falta de honestidade intelectual do primeiro-ministro ainda me consegue impressionar.
Agora que se apercebeu que a avaliação entrou num ponto em que a única saída é a cedência, decidiu fazer-se de vítima (perdoe-me sua Excelência a expressão) e dizer que tem pena que mais ninguém neste preguiçoso Portugal queira um ensino de qualidade, com avaliação de professores. Quando sair de S. Bento, José Sócrates deveria dedicar-se a escrever livros de Política para Totós, que estas capacidades de virar o discurso a seu favor são raras e têm de ser transmitidas. Eu também defendo uma avaliação de professores, aliás, sempre defendi: acho absurdo que não haja um critério baseado no mérito para decidir quem é e quem não é colocado. O que eu não concordo é que um professor de Filosofia seja avaliado por um professor de Educação Física, ou que um professor com menores qualificações avalie outro com qualificação superior. Também considero absurdo que sejam os professores titulares a fazer a avaliação da qualidade de docência dos colegas, quando os motivos que os levaram a tal cargo foram todos menos a qualidade do ensino (para ser titular, o professor andou a sentar o sapiente rabinho à volta de grandes mesas a fazer reuniões morosas sobre Orçamentos, sobre Planos de Actividades e tudo mais). Acho mal que as notas dos professores se baseiem nas notas dos alunos, sem ter como referência algo sólido (como um Exame Nacional). Enfim, é todo um conjunto de motivos que me faz, não sendo professor, estar ao lado dos professores nesta matéria particularmente delicada.

Tem de ver a inegável visão deste modelo de avaliação: porá o professor de filosofia a interessar-se pelo yoga, que é uma actividade física com clara vertente de reflexão.

Mas melhor, melhor, é a versão "simplex": se o professor de filosofia não desejar ser avaliado pelo professor de educação física, este, coitado, que era avaliador passa a avaliado. Por sua vez, o novo avaliador de filosofia, que era avaliado, deixará de o ser, porque é avaliador e um avaliador não é avaliado excepto, claro, se ninguém o quiser para avaliar, caso em que passará à condição de avaliado, isto na hipótese de o querer ser.

Confuso? Não! Os malandros dos professores é que não querem ver a beleza deste modelo simplificado, que, não se nega, necessita de algumas aulas de educação física, nomeadamente, do tema programático "Jogos Tradicionais - Jogo das Cadeiras".

Só por maldade não se antevê a melhoria que este modelo de avaliação dos professores vai trazer ao ensino da República.

São todos uns mal-agradecidos!
Teresa Antunes a 20 de Dezembro de 2008 às 22:39

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