Dediquei-me agora àquela que dizem ser a obra-prima de José Saramago. Sei que li algumas páginas no início e não sei como é que miúdos a quem se exige tão pouco têm capacidade para ler tão complexos enredos.
Experimente ler Lobo Antunes...isso sim é complicado. A pessoa chega ao fim da frase, tem que voltar ao principio porque já se esqueceu do que aconteceu no principio. Mas eu gosto.
Também acho. Leiam antes Margarida Rebelo Pinto que é muito mais acessível. Eça, no tempo dele, também ouviu desses remoques. Todavia o tempo, o grande filtro, fez-lhe justiça.
Fernando Pessoa, quando concorreu a um prémio da Secretaria Nacional da Propaganda, com a "Mensagem", ficou em 2º lugar. Lembra-se do escritor que ganhou o dito?
Reflicta antes de escrever essas banalidades ao gosto da época e dos invejosos ressabiados. Chego a acreditar que teriam preferido que o Nobel tivesse sido entregue a um estrangeiro.
"Nunca o invejoso medrou, nem quem ao pé dele morou". É bem certo!
Manuel Leão parece-me que não compreendeu completamente o meu comentário. Foi escrito em resposta à Daniela Major e refere-se a Lobo Antunes e não a Saramago. Acho a escrita do Saramago sublime e estou bastante contente que o Nobel lhe tenha sido atribuído (posso assegurar-lhe que também gosto imenso do Eça, aliás, são, actualmente, os meus escritores preferidos). Quanto ao Lobo Antunes, a escrita dele pode ser brilhante, erro meu que não consigo compreender o que ele escreve, pelo menos da vez que tentei ler algumas páginas de um livro dele na Fnac (apesar de adorar as crónicas na Visão). O que eu acho é que a postura dele não é a melhor pois revela uma tremenda falta de humildade, quando disse, recentemente, que ele fazia o que de melhor se fazia na literatura em Portugal (ao que sei, ainda é o Saramago que é ensinado no 12º ano). Espero tê-lo esclarecido.
P.S.: o Eça de Queirós teve, curiosamente, imensa aceitação no seu tempo, tendo sido dos poucos grandes autores que morreram ricos e famosos.
Sem qualquer tipo de reservas, peço, com humildade, que me desculpe. Interpretei mal o texto do post que acompanha a capa do livro. Já agora, aproveito para dizer que embora o "Memorial do Convento" seja considerada a sua obra prima, eu gostei um pouco mais do "Ano da Morte de Ricardo dos Reis" e de uma obra que tem sido pouco falada. Refiro-me à peça "In Nomine Dei". Também noutros contextos a "História do Cerco de Lisboa" e o controverso livro "O Envangelho Segundo Jesus Cristo".
Ora essa Manuel, não há problema. Ainda não li nenhum desses mas agora que descobri Saramago começo a achar que vou ler tudo o que puder dele. Tenho muita curiosidade, para além dos que disse, no Ensaio Sobre a Lucidez e sobre as Intermitências da Morte.