O meu título esteve para ser "Autocracia, mas das boas!", no entanto, e como o protagonista aqui não é um indivíduo, mas um grupo, justifica-se a mudança de ideias.
A administração Bush propôs (reparem que é uma proposta e não um pedido) à União Europeia que acolhesse prisioneiros da base americana de Guantanamo. A razão? É simples, quer-se resolver o problema dos torturados sem julgamento sem os mandar para os países natais (onde se pensa que poderiam ser perseguidos) e sem ficarem nos EUA (culpados de tudo), porque por lá, porcaria nem pensar! Os velhos anões, provavelmente ainda preplexos com a "proposta", ainda não tomaram uma posição oficial. Mas isso não impediu que Luís Amado, esse digníssimo e competentíssimo ministro dos Negócios Estrangeiros, de afirmar prontamente que para cá podem vir à vontade, que até os recebemos com pastéis de Belém e um vinhozinho do Porto. Mais, tomou esta decisão sem que fizesse um referendo, uma auscultação da opinião pública e sem ouvir sequer a oposição.
É apenas mais um dos exemplos da falta de necessidade de "paz social" que uma maioria absoluta por cá permite.