É demasiado frequente no debate português a criação de uma "guerra". Um determinado indivíduo tem uma opinião contrária à de outro e a partir daí cria-se uma verdadeira guerra ideológica da qual é impossível sair um vencedor pois ambos, mesmo quando um está nitidamente errado, decidem não ceder. Isto aconteceu em imensas questões que fracturaram a sociedade e está a acontecer agora com o casamento entre homossexuais. Criam-se duas barricadas: a dos conservadores e a dos progressistas e a partir daí faz-se uma constante troca de galhardetes em blogues e artigos de jornal. Regra geral os intervenientes têm as opiniões daqueles que respeitam e defendem com unhas e dentes uma coisa sobre a qual nem cinco minutos pensaram. Pois, meus caros, isto não é uma guerra, isto é um debate que poderá influenciar de forma incontornável o futuro da sociedade portuguesa. Seria bom que quem quer debater este assunto mantivesse um certo nível na argumentação, não se partidarizasse e não apoiasse até ao fim uma determinada causa apenas porque não quer estar errado. Seria bom que os textos sobre este assunto não fossem simples "cata-comentários" com frases simples, falaciosas, provocatórias e muitas vezes insultuosas para com pessoas que simplesmente nasceram diferentes. Percebo que ainda vivemos numa sociedade muito conservadora e com ódios básicos a certas minorias (os gays, os ciganos, os pretos, entre outras), mas seria bom que tentássemos não exteriorizar esses ódios, isto para não dizer, apagá-los.