
Sempre achei absurdas as teorias de uma incompatibilidade entre exercício de cargos públicos e de privados ao mesmo tempo ou em intervalos curtos. Parte-se do pressuposto que as pessoas são honestas, aliás, este é o princípio que rege as decisões judiciais: "inocente até que o contrário se prove", por isso, sem prova de erro cometido, não vejo fundamento para limitar esta "alternância". O pior é quando vemos que em relação a alguns fizemos mal em partir daquele pressuposto e ainda, quando nos apercebemos disso e nada fazemos. Dias Loureiro, figura do PSD como muito tem sido referido - apesar de à discussão nada acrescentar - já envolvido no caso do BPN, para o qual foi depois de ser do governo de Cavaco Silva e por ter sido do governo de Cavaco Silva, é agora acusado de gerir um fundo de investimento cujo capital foi recolhido através de uma fraude de IVA. Mas este não é o único ex-governante ligado à gestão deste fundo, não. Outro ex-governante é Jorge Coelho, que levanta o punho a qualquer um que se meta com o seu PS e que, para além de uns muito pouco transparentes prolongamentos de concessões ali de um certo porto de Lisboa, feitos pelo seu camarada Sócrates, também accionista desta empresa gestora de fundos. Este podre desta parelha partidariamente colorida parece ser um prenúncio de uma forte investigação jornalística, que vai fazer cair muito santo do altar, até termos um belo arco-íris político.