
O Público divulga online uma reportagem de Sérgio Aníbal sobre o aumento do intervencionismo no mundo inteiro e, particularmente, nos EUA - expoente máximo da economia de mercado.
A verdade é que todos os países, mais ou menos liberais, estão demasiado colados à imagem de um estado protector que auxilia em situações de aperto. Esse estado não pode defraudar as espectativas dos amados eleitores e trata de fazer o que se lhe pede. O problema é que tudo isto entra numa tremenda espiral e colocam-se, portanto, sérios problemas. Enquanto que em Portugal o que se vai fazendo são medidas de apoio à população, para estimular as "famílias" do ponto de vista económico, noutros países como a Alemanha, a Inglaterra e os EUA, não se faz mais nada: nacionaliza-se empresas em dificuldades.
A culpa da crise não é da falta de um Estado Providência (ou comunista como alguns ainda sonham). A culpa da crise é da incompetência do Estado Polícia. A verdade é que cada empresário na sua actividade tem uma visibilidade limitada sobre o que se passa no mercado. Uma construtora quando constrói um prédio não vai adivinhar que vai contribuir para um excesso de casas que levará o mundo a um colapso. A única entidade que consegue olhar "de cima" para tudo é o próprio estado, que deve avisar para os problemas que podem advir de algumas actividades económicas.
Tenho sérias dúvidas quanto à validade destas "intervenções". Muito bem, aqueles três países continuam com aquele banco, e depois? Não sei se as consequências de um tão acentuado intervencionismo não serão preversas. Afinal, o que se está a fazer é tão-só transferir os prejuízos de uma empresa dos empresários para os contribuintes - famílias. Sei que a falência de um banco traz enormes consequências numa economia, só não sei se as consequências de uma nacionalização não serão piores.
Já agora: recomendo novamente o texto do Rui A., no Portugal Contemporâneo: O Caminho para a Servidão.